Boa velhice para quem? Reflexões sobre desigualdades da senescência

Fran Winandy • 19 de fevereiro de 2021

Sabedoria, orgulho das realizações e sensação de dever cumprido são significados de pertencimento apontados em pesquisas por idosos de extratos mais altos de nossa pirâmide social.


Por outro lado, a perda da saúde, dificuldade de encontrar oportunidades de trabalho e a falta de respeito são sentimentos democráticos à nossa velhice, bem como a preocupação com finanças e aparência.


Isso revela aspectos melancólicos e talvez menos debatidos sobre o fenômeno da longevidade. Afinal, envelhecer bem é para todos?


De acordo com o IBGE, no Brasil, os mais ricos ganham 21,4 vezes do que recebem os mais pobres, abismo questionado por estudos particulares que consideram a desigualdade ainda maior, já que nem sempre a renda dos mais ricos é mensurável, considerando que nem todos os ganhos obtidos como bônus, renda de aluguel e dividendos são declarados.


Isso posto, como comparar a velhice de uma mulher situada confortavelmente no topo da pirâmide, aos 60 anos de idade, com uma rotina de cuidados que vão de tratamentos dermatológicos e estéticos de alto nível a exercícios monitorados por personal trainer, passando por uma dieta cuidadosamente calibrada por nutricionista ou nutrólogo e acompanhamento de endocrinologista, com uma mulher pobre da mesma idade, que, com sorte, acumula o seu trabalho doméstico com alguma profissão operacional que lhe traz rendimentos para ajudar na manutenção da casa?


Claro que a generalização é perigosa. Existem casos e casesMas qual é a “boa velhice” que vemos estampada nas matérias de revistas e jornais por aí? De que velhice estamos falando?


Cabelos grisalhos bem tratados com shampoos específicos para evitar o amarelamento dos fios e cortes modernos realizados por bons cabelereiros em salões de beleza; mãos e pés bonitos, com unhas caprichosamente “manicuradas” semanalmente; rostos bem nutridos e hidratados, com pouquíssimas rugas, fruto de tratamentos estéticos cujos preços variam de acordo com a disponibilidade da bolsa da interessada em retardar as marcas do tempo.

homem maduro olha fixamente para a câmera. ele usa barba grisalha longa, chapéu e casaco bege, e segura um tapete colorido com uma escova em seu colo

No tocante à saúde o cenário não parece melhor. Ouvimos sempre que ganhamos longevidade, que a opção por uma boa saúde está ao alcance de todos.


Será? Se a solução fosse tão simples quanto trocar uma coxinha por um pé de alface, isso talvez fizesse sentido. Mas sabemos que não é.


Qual é o percentual de brasileiros acima de 50 anos que consegue arcar com os altos custos das mensalidades cobradas pelos planos de saúde particulares? É possível envelhecer bem às custas do Sistema Único de Saúde (SUS)?


Sob a ótica financeira, sabemos que é importante ter uma poupança para a velhice e, de preferência, um emprego formal que propicie uma renda regular.


Novamente situações pouco rotineiras para a parcela menos privilegiada dos idosos brasileiros, que possivelmente nunca se deram conta das dificuldades maiores que enfrentariam por conta do preconceito de idade latente em nossa sociedade.


Estudos internacionais intitulam “lookism” a postura segregadora com base na aparência das pessoas. Pesquisas mostram que profissionais ou políticos considerados bonitos têm mais chances de sucesso na carreira.


Esse tipo de discriminação, com base na aparência, pode incluir vieses contra obesos, tatuados ou qualquer pessoa que esteja fora dos critérios estéticos dominantes, e a juventude é padrão ideal de beleza predominante em nossa sociedade.


Se para a nossa privilegiada idosa descrita anteriormente, fugir deste preconceito já é um desafio, para o idoso desprovido de recursos, uma quimera.


A falta de respeito, o mais democrático e triste sentimento timbrado pela velhice, vem como uma onda, num crescente com a idade cronológica, quando o idoso parece paulatinamente se tornar invisível: suas ideias já não interessam mais, suas vontades são ignoradas e seus desejos ridicularizados.


A infantilização do idoso ultrapassa barreiras sociais e traz danos irreversíveis à autoestima, travestida de carinho, trazendo depressão e declínio cognitivo.


Provocar a reflexão sobre temas que nem sempre são agradáveis pode ser um importante passo para uma transformação social. Se queremos envelhecer bem, temos que pensar numa velhice mais ampla, que abrace a todos. Além disso, precisamos mudar o mindset e entrarmos todos na batalha contra o etarismo.

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Quando começar a se planejar para aposentadoria? Quanto mais cedo você começar a planejar a sua aposentadoria, maiores serão as chances de alcançar seus objetivos financeiros. Mesmo para quem está próximo da aposentadoria, nunca é tarde para começar a planejar e tomar medidas para melhorar sua situação financeira futura. Qual sua aposentadoria ideal? O primeiro passo é visualizar como você gostaria que fosse sua aposentadoria. Pense em questões como: ● Onde você gostaria de morar? ● Que tipo de atividades gostaria de realizar? ● Quais são seus sonhos e aspirações para essa fase da vida? Essa reflexão ajudará a determinar o montante financeiro necessário para sustentar o estilo de vida desejado. E a partir dela, você conseguirá seguir os próximos passos! Calcule suas necessidades financeiras futuras Com base em sua visão de aposentadoria, é importante fazer uma estimativa realista de suas necessidades financeiras futuras. Considere fatores como: ● custos de moradia; ● alimentação; ● saúde; ● lazer; ● possíveis imprevistos. Lembre-se de levar em conta a inflação ao fazer esses cálculos. Estabeleça metas concretas e mensuráveis Por exemplo, em vez de simplesmente dizer "quero ter uma aposentadoria confortável", estabeleça uma meta como "preciso acumular R$ X até os 65 anos para ter uma renda mensal de R$ Y durante a aposentadoria". Metas específicas são mais fáceis de acompanhar e alcançar. Crie um cronograma realista Desenvolva um cronograma realista para atingir suas metas. Divida seus objetivos em etapas menores e estabeleça prazos para cada uma delas. Isso tornará o processo menos intimidante e permitirá que você acompanhe seu progresso de forma mais eficaz. Revise e ajuste suas metas periodicamente Lembre-se de que o planejamento financeiro para a aposentadoria é um processo dinâmico. À medida que sua vida muda, suas metas também podem precisar de ajustes. Faça revisões periódicas de seus objetivos e ajuste-os conforme necessário para garantir que permaneçam relevantes e alcançáveis. Melhores investimentos para a aposentadoria Existem diversas estratégias e opções de investimento disponíveis, e é importante escolher aquelas que melhor se adequam ao seu perfil e objetivos. Confira algumas dicas: Diversificação: a chave para reduzir riscos Uma das regras de ouro do investimento é a diversificação. Distribuir seus recursos em diferentes tipos de ativos ajuda a reduzir riscos e aumenta as chances de obter retornos consistentes ao longo do tempo. Investimentos de renda fixa Opções de renda fixa oferecem segurança e previsibilidade de retorno, como: ● Títulos do Tesouro Direto ; ● CDBs ; ● LCIs/LCAs. Esses investimentos são especialmente importantes para quem está próximo da aposentadoria ou tem baixa tolerância ao risco. Investimentos em renda variável Ações, fundos de investimento e ETFs têm potencial de retornos mais elevados, embora tenham maior volatilidade. Para quem está longe da aposentadoria, alocar uma parte do dinheiro em renda variável é uma estratégia para buscar crescimento de longo prazo. Previdência privada: PGBL e VGBL Os planos de previdência privada , como PGBL e VGBL, são opções para complementar a aposentadoria. Eles oferecem benefícios fiscais e podem ser uma forma disciplinada de poupar para o futuro. Investimentos imobiliários Investir em imóveis pode ser uma forma de gerar renda passiva para a aposentadoria. Isso pode incluir a compra de imóveis para aluguel ou investimentos em fundos imobiliários. No entanto, é importante considerar os custos e responsabilidades associados a esse tipo de investimento. Por que se preparar? Ao seu aposentar, é esperado que sua renda tenha alterações. Mesmo se aposentando com o teto máximo do INSS, existe a chance de seu benefício ser menor do que você ganhava na ativa. Lembre-se: com um bom planejamento financeiro, você estará preparado para aproveitar ao máximo essa etapa, livre de preocupações financeiras e pronto para realizar seus sonhos e aspirações. Gostou das dicas? Conheça o Blog do Mercantil e acompanhe mais conteúdos sobre finanças na aposentadoria!
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