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O que acontece quando se planeja a longevidade através de mudanças transformadoras? Uma iniciativa impactante para os 50+ destaca orientações nesse sentido, aplicadas no relatório “O novo mapa da vida”, entenda melhor!
Segundo demógrafos norte-americanos, cerca de metade das crianças de 5 anos de hoje podem viver até os 100 anos. Um marco antes inatingível pode se tornar a norma para os recém-nascidos até 2050.
No entanto, tendo em vista instituições sociais, legislação e políticas públicas não estarem devidamente preparadas para receber esses futuros e bem preparados centenários, o Stanford Center on Longevity lançou uma iniciativa chamada The New Map of Life – O Novo Mapa da Vida, acreditando que transformações tão profundas da experiência humana exigem mudanças igualmente impactantes e criativas na maneira como levamos cada etapa dessas vidas de 100 anos.
O objetivo desta iniciativa foi identificar maneiras de melhorar a qualidade dessas vidas centenárias, para que as pessoas experimentem um sentimento de pertencimento, propósito e mais valia em todas as idades e fases.
Uma das expectativas é que podemos enfrentar os desafios que a longevidade nos proporciona se agirmos agora, guiados por princípios orientadores (abaixo resumidos) os quais favorecerão novas e mais opções para aprender, ganhar dinheiro e economizar, enquanto também cuidamos da saúde e do engajamento social.
No lugar da suposição ultrapassada de que os maturis reduzem a produtividade e drenam os recursos da sociedade, para a criação do O Novo Mapa da Vida foi adotada uma perspectiva que enfatiza o potencial econômico que um país atinge quando os seus seniores contribuem de maneira cada vez mais significativa para o bem social e para o PIB.
Lei o relatório na íntegra:
Nunca antes na história da humanidade tantas gerações estiveram juntas criando oportunidades e conexões até impossíveis.
Esta era de diversidade etária sem precedentes significa que a sociedade se beneficia de uma complementaridade de habilidades que as pessoas desenvolvem ao longo de suas vidas.
A velocidade, força e entusiasmo pela descoberta comum em pessoas mais jovens, combinado com a inteligência emocional, habilidade presente nas pessoas mais velhas, permitem sejam criadas novas possibilidades para famílias, comunidades e locais de trabalho.
Famílias multigeracionais podem compartilhar recursos financeiros e sociais, incluindo habitação e cuidado, aprofundando a responsabilidade social e engajamento através das gerações.
Um desafio que surge pela frente é promover conexões significativas entre diferentes gerações para aproveitar ao máximo este capital social nunca vista na humanidade.
A diversidade etária presente na força de trabalho atual traz profundas reflexões. Os trabalhadores com mais de 55 anos são o grupo que mais cresce, e que agora representa 25 por cento da força de trabalho dos EUA.
Enquanto os estereótipos retratam os trabalhadores mais velhos como menos saudáveis, produtivos, ou experientes em tecnologia em relação aos seus colegas mais jovens, as evidências mostram que os trabalhadores mais experientes e com mais conhecimento são superiores em julgamento, confiabilidade e habilidades de mentoria, além de serem realmente capazes de dominar os requisitos de tecnologia em seus empregos.
Mudar a narrativa para valorizar a diversidade etária em conjunto com outras formas de diversidade é mais do que um exercício de semântica: é essencial fazermos uso das imensas reservas de conhecimento, experiências e habilidades dos adultos mais velhos que desejam permanecer produtivos no mercado de trabalho remunerado, no voluntariado ou mentoring, em todo o país neste momento de extrema necessidade.
Suposições desorientadas conduzem políticas e práticas de emprego equivocadas e preconceito de idade.
As narrativas sobre a “sociedade envelhecida” retratam as últimas décadas da vida como um período marcado pela vulnerabilidade e dependência.
Uma perspectiva de longevidade, por outro lado, vê os 30 anos extras de vida como um dividendo que pode ser estrategicamente distribuído em todas as fases da vida. Em uma época de escassez de mão de obra, por que esperamos que o conhecimento dos trabalhadores de 65 anos saia da força de trabalho?
Podemos investir em futuros centenários otimizando cada etapa da vida, de modo que os benefícios possam se acumular por décadas, ao mesmo tempo em que permite mais tempo para se recuperar de contratempos.
Um princípio fundamental de O Novo Mapa da Vida é que a longevidade saudável requer investimentos em saúde pública em todas as fases da vida, e o tempo de saúde deve ser a métrica para determinar como, quando e onde investir.
Enfrentar as disparidades de saúde significa investir não apenas em um melhor acesso à saúde, mas na saúde das comunidades, especialmente aquelas afetadas pela pobreza, discriminação e danos ambientais.
Ao longo de 100 anos de vida, podemos esperar trabalhar 60 anos ou mais. Entretanto, não vamos trabalhar como fazemos agora, 40 horas por semana, de manhã à noite, repletas de obrigações com a família, escola e outras responsabilidades.
Os trabalhadores buscam flexibilidade, quer isso signifique trabalhar remotamente, ou ter rotinas flexíveis dentro e fora do local de trabalho, incluindo intervalos pagos e não pagos para cuidados, necessidades de saúde, aprendizado ao longo da vida e outras transições esperadas ao longo de uma vida centenária.
As crianças de 5 anos de hoje se beneficiarão de uma surpreendente variedade de avanços e tecnologias que tornarão a sua experiência de envelhecimento muito diferente da dos idosos de hoje.
À medida que envelhecerem, esses futuros centenários poderão implantar tecnologia em seus corpos, como a “pele inteligente” que monitora a função cardíaca, cerebral e muscular para indicar atividade anormal ou doença. Ataques cardíacos e derrames poderão ser diagnosticados remotamente em seus primeiros momentos, e poderão reduzir danos graves em órgãos e até mortes.
A conquista de períodos de saúde mais longos decorrem de investimentos em saúde na primeira infância, em saúde, telemedicina, gerociência e medicina personalizada, avanços que prometem alterar o futuro do envelhecimento.
Isso tudo irá retardar ou prevenir o aparecimento de doenças, melhorar a detecção precoce de riscos para a saúde e ajudar a reduzir o custo prestação de cuidados de saúde à medida que as pessoas envelhecem.
Combinadas, essas oportunidades têm o potencial de redefinir o envelhecimento de um período associado à doença, fragilidade e dependência em mais uma fase da vida com potencial para vitalidade, independência e contribuições para a sociedade.
Dadas as fortes ligações entre educação, saúde e longevidade, O Novo Mapa da Vida pede inovação e muito mais opções flexíveis em nosso sistema educacional para que mais pessoas possam desenvolver o seu potencial, tornando-se, ou permanecendo, produtivas e engajadas ao longo de suas longas vidas.
Ao invés de sobrecarregar as duas primeiras décadas de vida com a educação formal, a aprendizagem ao longo da vida proporciona não só benefícios econômicos e oportunidades, mas também benefícios mensuráveis para a saúde, especialmente para os adultos mais velhos. Ter atividades estimulantes melhora a saúde cognitiva e física.
Enquanto o curso de vida convencional é uma estrada de mão única por etapas prescritas, nosso novo mapa apresenta estradas com bifurcações, que nos levam em muitas direções através dos papéis, oportunidades e obrigações que os nossos 100 anos trarão.
Há cruzamentos, trevos, curvas, rampas de acesso e saídas de e para as décadas de vida dedicadas ao trabalho remunerado, proporcionando mais oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, e para parcerias intergeracionais que melhorarão o fluxo de conhecimento e o cuidado.
Flexibilidade é o mantra, e correções de curso são a norma.
Entender que as transições são a norma, aceitar e celebrá-las nos tornará mais fortes como indivíduos e como sociedade.
Enfrentar os desafios da longevidade não é responsabilidade única de governos, empregadores, prestadores de serviços de saúde ou seguradoras; é um empreendimento de todos os setores, que exige as melhores ideias dos setores público e privado, da medicina, academia e filantropia.
Para nós, não basta reimaginar ou repensar que a sociedade se prepare para a longevidade; devemos construir isso agora, e rapidamente! O desafio coletivo é desenvolver inovações sociais que ajudem as pessoas a permanecerem saudáveis e produtivas ao longo de mais anos de vida.
As políticas e investimentos que fizermos hoje determinará como os jovens de agora serão quando se tornarem os velhos do futuro – e o que mais faremos desses 30 anos extras de vida que nos foram entregues.
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