As organizações multigeracionais e o desafio da produtividade

Walter Alves • 3 de abril de 2021

Na atualidade, é possível cravar que organizações multigeracionais dão certo, são mais eficientes e mais rentáveis. Mas o futuro é incerto! Entenda por que:


Vocês já devem ter visto e ouvido. Pela primeira vez na história, cinco gerações trabalham juntas. Antes da pandemia de Covid-19, conviviam no mesmo ambiente físico e tiveram que aprender a trabalhar virtualmente em equipes.


Quais são as 5 gerações?


A geração dos veteranos que nasceram antes de 1945. A geração dos Baby Boomers, nascidos entre 1945 e 1964 e oriundos da explosão populacional do pós-guerra, hoje, têm entre 57 e 75 anos.


A geração X, com nascidos entre 1965 e 1980, com idades entre 41 e 56 anos. A geração Y com nascidos entre 1981 e 1995, com idades entre 26 e 40 anos. E por fim, a geração Z com os nascidos entre 1986 e 2010.


Há diferenças entre elas?


Há comentadores que procuraram diferenças comportamentais e características que definam cada uma delas. Não é o meu caso.


É certo que entre as gerações há modos diferentes de encarar a vida, sonhar o futuro, amar, pensar o mundo e construir conhecimento.


Não nego que um veterano – com 76 anos ou mais -, terá uma visão de mundo e das organizações muito diferente da de um jovem, da geração Z, com menos de 25 anos iniciante na carreira.


Este raciocínio vale para integrantes de quaisquer gerações, pois nasceram e viveram em contextos diferentes. Estudantes da geração X vivenciaram um clima de final da ditadura brasileira nas Universidades muito diferente daquele de seus pais, na mesma Universidade, na segunda metade da década de 60 quando era “proibido proibir”.


As diferenças existem e são significativas, mas isto não aponta para a impossibilidade de convivência nas equipes e muito menos na existência de divergências intransponíveis no dia a dia.

A diversidade etária vem aumentando nas empresas?


Pessoas mais velhas permanecerão por mais tempo no trabalho devido a mudanças na aposentadoria e pela especialização alcançada em função da formação continuada durante a carreira profissional.


Esta tendência pôde ser observada pela mudança de postura de gestores em relação aos mais velhos.

Até há pouco, acreditava-se que a retenção destes trabalhadores seria um grande erro, pois com o passar do tempo ficariam mais caros e menos produtivos. Além de serem mais resistentes às mudanças e terem mais dificuldades de aprendizado.


Hoje, com o envelhecimento estudado e compreendido, reconhece-se que o declínio cognitivo pela idade não é suficiente para influenciar o desempenho no trabalho; que os trabalhadores mais velhos não são menos motivados que os mais jovens e nem mais resistentes ou menos dispostos à mudanças; além de, definitivamente, não serem menos saudáveis. Sabe-se que outros fatores influenciam muito mais que a própria idade na motivação e disposição pessoais.


E o desempenho destes trabalhadores mais velhos?


Há vários estudos publicados relatando o desempenho pessoal, nas equipes e nas empresas destes trabalhadores.


Quando o desempenho pessoal é avaliado com critérios objetivos – nível de produção, por exemplo -, observa-se que os trabalhadores mais velhos têm um desempenho melhor que os mais jovens, enquanto que as avaliações com critérios subjetivos sugerem que os trabalhadores mais velhos têm um desempenho pior que seus colegas mais jovens. Neste caso, é preciso considerar a presença do viés do avaliador.


Após avaliação do desempenho do trabalho em equipes foi possível concluir que o avanço da idade não compromete a inovação de produtos, serviços ou processos e não há a comprovação do aumento da rotatividade e do absenteísmo de profissionais mais velhos.


Em outras palavras, a presença de trabalhadores de idade mais avançada não prejudica o desempenho das equipes.


Diferenças geracionais afetam positivamente o desempenho organizacional. Os motivos: ideias e proposições explicitadas são mais diversas, problemas são resolvidos com mais criatividade, decisões tomadas são de melhor qualidade e há maior representatividade de clientes entre os colaboradores.



Organizações multigeracionais dão certo?


Quando se enxerga a sociedade através de lentes humanistas, também observa-se o envelhecimento com naturalidade.


Infância, adolescência, idade adulta e velhice são fases da vida. Fases são passageiras, mas não imutáveis. Mudanças que, recentemente, têm favorecido as relações transgeracionais na sociedade, nas famílias e nas organizações.


Na atualidade, é possível cravar que organizações multigeracionais dão certo, são mais eficientes e mais rentáveis. Mas o futuro é incerto. E isto é libertador.


As possibilidades permanecem abertas para serem forjadas pelos nossos desejos, necessidades e vontades e melhorar o que já é bom.


O que faremos para que este contexto evolua para maior valorização e menor preconceito em relação aos 50+?


Gostaria de saber a sua opinião. Comente abaixo.



Grande Abraço.

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

11 de fevereiro de 2025
Há cinco anos, comecei a perceber um movimento crescente nas redes sociais: um número expressivo de influenciadores maduros estava se destacando, conquistando audiências engajadas e criando conteúdos autênticos. No entanto, o mercado publicitário ainda os ignorava, concentrando suas atenções quase exclusivamente nos perfis mais jovens. O reconhecimento desse potencial veio de forma natural, através de conversas com esses criadores. Muitos me procuravam dizendo: "Tenho um perfil no Facebook com 200.000 seguidores e quero me expandir nisso. O que devo fazer?" . Ficou evidente para mim que havia um enorme espaço para esses talentos, mas faltava suporte, visibilidade e oportunidades. Foi então que criei o Silver Makers , um hub de marketing de influência totalmente focado em perfis 50+. Nosso propósito sempre foi claro: dar protagonismo aos influenciadores maduros e mostrar ao mercado o imenso valor desse público. Nosso lema reflete essa missão: dar voz, vez e valor ao público sênior! De lá para cá, houve uma verdadeira revolução digital impulsionada por essa nova geração de influenciadores. Com autenticidade, experiência de vida e um olhar único sobre o mundo, eles estão conquistando espaço, quebrando estereótipos e provando que longevidade e tecnologia caminham juntas. A Força dos Influenciadores Maduros no Digital Muito além do entretenimento, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para a longevidade ativa. Elas ajudam a combater a solidão, fortalecem a autoestima e possibilitam a construção de novos propósitos. Para muitos, ser influenciador não é apenas um hobby, mas uma profissão que permite compartilhar conhecimento, histórias inspiradoras e ainda gerar renda extra. Com o aumento da expectativa de vida e os desafios financeiros que acompanham a maturidade, a monetização digital se apresenta como uma alternativa viável e necessária. Plataformas como Instagram, YouTube e TikTok permitem que influenciadores maduros criem comunidades engajadas e colaborem com marcas que reconhecem o valor de suas trajetórias. O Que Faz um Influenciador Maduro se Destacar? Os influenciadores 50+ trazem consigo algo inestimável: experiência de vida. Eles passaram por desafios pessoais e profissionais, acompanharam diversas transformações sociais e culturais e, por isso, têm muito a compartilhar. Esse repertório torna seus conteúdos autênticos e valiosos para diversas audiências, desde outros maduros em busca de representatividade até jovens que enxergam neles mentores naturais. Tendências de Conteúdos que Performam Bem Os influenciadores maduros estão se destacando em diversos segmentos, trazendo autenticidade, representatividade e quebrando estereótipos. Alguns formatos de conteúdo que têm grande engajamento incluem: ● Bem-estar e saúde: Rotinas saudáveis, alimentação equilibrada, exercícios físicos adaptados e cuidados com a mente. ● Finanças na maturidade: Estratégias para administrar recursos, organizar a aposentadoria e buscar novas fontes de renda. ● Empreendedorismo e reinvenção profissional: Histórias inspiradoras de quem mudou de carreira ou começou um novo projeto depois dos 50. ● Entretenimento e estilo de vida: Viagens, moda, comportamento e cotidiano, mostrando que a maturidade é uma fase vibrante e cheia de possibilidades. ● Tecnologia e inclusão digital: Criadores que desmistificam a tecnologia, ajudando a reduzir a exclusão digital e incentivando o aprendizado contínuo. ● Celebridades 50+ e o combate ao etarismo: Figuras públicas que usam suas redes sociais para desafiar estereótipos e mostrar uma longevidade ativa e atuante. ● Mulheres e os desafios da maturidade: Cada vez mais influenciadoras falam abertamente sobre temas como menopausa, ajudando sua audiência a lidar melhor com questões antes consideradas tabu. ● Gastronomia afetiva: Perfis de talentos culinários que ensinam receitas deliciosas e resgatam a memória afetiva por meio da comida. ● Conexão intergeracional: Netos que compartilham momentos divertidos com seus avós, valorizando a experiência e a sabedoria da longevidade. Independentemente do nicho, todos esses criadores têm algo em comum: valorizam a maturidade e combatem a visão ultrapassada de uma longevidade frágil e limitada. Eles mostram, na prática, que viver mais também significa viver melhor, com propósito e protagonismo. O Papel das Marcas na Valorização da Experiência As marcas que reconhecem o valor da experiência colhem os frutos de uma comunicação mais autêntica e conectada com um público que tem muito a dizer. O Banco Mercantil tem sido um dos protagonistas desse movimento, investindo no potencial dos influenciadores digitais 50+, apoiando criadores e descobrindo novos talentos. A presença do Banco nesse cenário reforça a relevância desse público e valoriza o protagonismo dos maduros no digital. Porque, assim como eles, o Banco acredita que a experiência inspira, transforma e gera impacto real. Gostou? Leia também: 4 projetos para o público 50+ apoiados pelo Banco Mercantil! ________________________________________ Clea Klouri Sócia do Hype 60+ e fundadora do Silver Makers
3 de dezembro de 2024
Quando começar a se planejar para aposentadoria? Quanto mais cedo você começar a planejar a sua aposentadoria, maiores serão as chances de alcançar seus objetivos financeiros. Mesmo para quem está próximo da aposentadoria, nunca é tarde para começar a planejar e tomar medidas para melhorar sua situação financeira futura. Qual sua aposentadoria ideal? O primeiro passo é visualizar como você gostaria que fosse sua aposentadoria. Pense em questões como: ● Onde você gostaria de morar? ● Que tipo de atividades gostaria de realizar? ● Quais são seus sonhos e aspirações para essa fase da vida? Essa reflexão ajudará a determinar o montante financeiro necessário para sustentar o estilo de vida desejado. E a partir dela, você conseguirá seguir os próximos passos! Calcule suas necessidades financeiras futuras Com base em sua visão de aposentadoria, é importante fazer uma estimativa realista de suas necessidades financeiras futuras. Considere fatores como: ● custos de moradia; ● alimentação; ● saúde; ● lazer; ● possíveis imprevistos. Lembre-se de levar em conta a inflação ao fazer esses cálculos. Estabeleça metas concretas e mensuráveis Por exemplo, em vez de simplesmente dizer "quero ter uma aposentadoria confortável", estabeleça uma meta como "preciso acumular R$ X até os 65 anos para ter uma renda mensal de R$ Y durante a aposentadoria". Metas específicas são mais fáceis de acompanhar e alcançar. Crie um cronograma realista Desenvolva um cronograma realista para atingir suas metas. Divida seus objetivos em etapas menores e estabeleça prazos para cada uma delas. Isso tornará o processo menos intimidante e permitirá que você acompanhe seu progresso de forma mais eficaz. Revise e ajuste suas metas periodicamente Lembre-se de que o planejamento financeiro para a aposentadoria é um processo dinâmico. À medida que sua vida muda, suas metas também podem precisar de ajustes. Faça revisões periódicas de seus objetivos e ajuste-os conforme necessário para garantir que permaneçam relevantes e alcançáveis. Melhores investimentos para a aposentadoria Existem diversas estratégias e opções de investimento disponíveis, e é importante escolher aquelas que melhor se adequam ao seu perfil e objetivos. Confira algumas dicas: Diversificação: a chave para reduzir riscos Uma das regras de ouro do investimento é a diversificação. Distribuir seus recursos em diferentes tipos de ativos ajuda a reduzir riscos e aumenta as chances de obter retornos consistentes ao longo do tempo. Investimentos de renda fixa Opções de renda fixa oferecem segurança e previsibilidade de retorno, como: ● Títulos do Tesouro Direto ; ● CDBs ; ● LCIs/LCAs. Esses investimentos são especialmente importantes para quem está próximo da aposentadoria ou tem baixa tolerância ao risco. Investimentos em renda variável Ações, fundos de investimento e ETFs têm potencial de retornos mais elevados, embora tenham maior volatilidade. Para quem está longe da aposentadoria, alocar uma parte do dinheiro em renda variável é uma estratégia para buscar crescimento de longo prazo. Previdência privada: PGBL e VGBL Os planos de previdência privada , como PGBL e VGBL, são opções para complementar a aposentadoria. Eles oferecem benefícios fiscais e podem ser uma forma disciplinada de poupar para o futuro. Investimentos imobiliários Investir em imóveis pode ser uma forma de gerar renda passiva para a aposentadoria. Isso pode incluir a compra de imóveis para aluguel ou investimentos em fundos imobiliários. No entanto, é importante considerar os custos e responsabilidades associados a esse tipo de investimento. Por que se preparar? Ao seu aposentar, é esperado que sua renda tenha alterações. Mesmo se aposentando com o teto máximo do INSS, existe a chance de seu benefício ser menor do que você ganhava na ativa. Lembre-se: com um bom planejamento financeiro, você estará preparado para aproveitar ao máximo essa etapa, livre de preocupações financeiras e pronto para realizar seus sonhos e aspirações. Gostou das dicas? Conheça o Blog do Mercantil e acompanhe mais conteúdos sobre finanças na aposentadoria!
Por Contato Maturi 4 de setembro de 2024
Banco Mercantil e MaturiFest 2024: confira como foi o evento!
Share by: