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Numa leitura qualificada dos principais jornais do país, março chegou ao fim com um excelente balanço de matérias sobre diversidade e inclusão (D&I). O principal enfoque foi, como se esperava, as mulheres. O Dia Internacional se estendeu por todo o mês com reportagens das mais variadas.
Acreditem que, apesar do volume menor, o maior crescimento relativo aos meses anteriores – em porcentagem – ficou por conta do assunto longevidade e envelhecimento em seus vários aspectos. O que para nós é motivo de alegria e reconhecimento dos nossos esforços em transformar o tema na pauta para as pessoas 50+.
No Valor Econômico Adriana Fonseca nos informa que “As contratações de gestores de diversidade ocupando uma posição C-Level (diretoria ou vice-presidência) aumentaram 51% em 2020 na comparação com 2019. Ainda assim, o recrutamento dos Chief Diversity Officers (CDO) respondeu por menos de 1% do total de 100 mil contratações analisadas pelo LinkedIn nos Estados Unidos”.
Por aqui, não há a mesma pesquisa, mas a percepção das consultorias de recrutamento executivo é que há um interesse maior pelas empresas do País em ter uma vaga na liderança para tratar do tema D&I.
“No Brasil, os passos são tímidos, mas algumas empresas como QuintoAndar, Google, Oracle e Grupo Boticário estão incluindo um escopo de diversidade, principalmente as maiores e de capital aberto, dada a exposição ao mercado de investidores”, afirma a jornalista.
Marina Dayrell em O Estado de S.Paulo traz uma pesquisa realizada pela Aberje apontando que o assunto será um dos mais debatidos pelas empresas em 2021. “Das 204 respondentes, 58% disseram já se comunicar sobre questões sociais. Das que ainda não o fazem, 32% afirmaram que é provável ou muito provável que comecem a fazê-lo ainda neste ano”.
O aumento no volume de vagas para D&I, segundo a startup de recrutamento Gupy, “ocorreu a partir de maio de 2020 – mês em que a morte do americano George Floyd ecoou em todo o mundo. As buscas por vagas nessa área aumentaram dez vezes durante o ano. Só nos três primeiros meses de 2021, já foram publicadas mais de 40 vagas para profissionais da área”.
Empresas como Netflix, Twitter, Grupo Boticário, Cielo e Schneider Electric têm vagas abertas no LinkedIn para cargos de gerência em D&I e analistas.
Neste circuito mensal, chegamos em abril com foco total nos 50+ e a realidade de ter cinco gerações convivendo nos escritórios se impõem e faz com que grandes empresas se movimentem em direção à inclusão das pessoas mais velhas.
Numa matéria que discute o etarismo no Valor Econômico, Adriana Fonseca informa que “a PwC Brasil incluiu o tema gerações à sua política de D&I recentemente” e a “Gerdau ainda não implementou ações ligadas ao etarismo em sua mesma área, mas já vem falando do tema desde 2020”.
Em outro artigo no mesmo Valor, Lucianne Carneiro apoiada num estudo da Fundação Dom Cabral (FDC) e da Hype50+, traz as 10 profissões do futuro ligadas ao envelhecimento e à longevidade.
“Os cuidadores de idosos são a ocupação mais antiga deste mercado. Geriatria e gerontologia aparecem entre as ocupações mais promissoras. Outras profissões citadas são terapeuta ocupacional, cuidador remoto e consultor de bem-estar para idosos. A bioinformacionista combina as informações genéticas com a metodologia clínica para desenvolver medicamentos personalizados para doenças genéticas. Já o conselheiro de aposentadoria apoia questões como escolha de plano de saúde, de carreira e programação do tempo. Há potencial para especialistas em adaptação de casas e para curador de memórias pessoais. Um nova área desponta: a geroarquitetura – um curso para arquitetos com conceitos de em gerontologia e geriatria”.
Mesmo com todo este cenário positivo ainda há problemas. Rafael Souto colunista do Valor comenta um recente estudo publicado pelos pesquisadores James Bessen e Erich Denk, da Universidade de Boston em que mostra que mais de 45% dos pré-requisitos solicitados nos processos de seleção e recrutamento para cargos de D&I não eram conhecimentos que seriam aplicados pelo profissional contratado.
Segundo o jornalista, “como afirmam Bessen e Denk, o conjunto de exigências rígidas é ruim para todos porque confunde o processo seletivo e traz danos para a construção de um ambiente mais diverso. E, para os amantes da meritocracia que acreditam que os melhores deveriam ser privilegiados sempre, convém lembrar que a alta performance costuma vir daqueles que mais se dedicam e lutam pela entrega de resultados e não necessariamente do melhor currículo”.
Como é sabido de leitoras e leitores, neste Blog da Maturi, dentre os inúmeros temas voltados para a longevidade e o envelhecimento, a prevalência dada às questões do trabalho é um meio para a construção de uma sociedade justa socialmente e com igualdade de oportunidades.
Isto, no entanto, não será conseguido somente pela repercussão de nossa vontade, será preciso que setores dentro das empresas sejam estruturados e estejam preparados para pensar e executar políticas de inclusão. É preciso formar profissionais que lidarão diretamente com essas questões. E esta é uma das boas notícias que foram pinçadas nos jornalões.
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Abraços Maduros