Você tem mais de 50 anos? Então veja dicas de como arrumar um emprego

Walter Alves • 12 de outubro de 2018

Lori B. Rassas é advogada trabalhista em Nova York e autora de livros sobre o trabalho. Um destes é Over the Hill But Not the Cliff: 5 Strategies for Job Seekers Age 50+ to Push Past Ageism & Find a Job in the Loyalty-Free Workplace (No topo da colina, mas não à beira do precipício: 5 estratégias para os candidatos a emprego 50+ para colocar o idadismo no passado e encontrar um emprego livre de lealdade).


Abaixo destaques da entrevista conduzida por Richard Eisenberg, editor dos canais de Dinheiro e Trabalho na NextAvenue.org.


Por que o título “No topo da colina, mas não à beira do precipício”?


A percepção de alguns empregadores sobre os candidatos a emprego com mais de 50 anos é que eles estão no momento da carreira em que não querem estresse e que desejam, somente, a aposentadoria.


Para mudar isso, é preciso dizer ao empregador: “Ainda não cheguei ao fim de minha carreira. Quero continuar aprendendo, crescendo e subindo”. Nas entrevistas de emprego, o candidato precisa falar sobre coisas que mostrem que ainda não está no topo da colina, ainda está subindo.


O idadismo para as pessoas acima de 50 anos é um problema sério?


Eu acho que existe e é frequente. Eu vejo o idadismo como um obstáculo para se conseguir um emprego, mas isso pode ser superado. Muitas vezes, vejo que os currículos dessas pessoas são ruins ou elas estão se candidatando à vagas erradas.


No entanto, as coisas estão melhorando para os candidatos mais velhos. Minha sensação é que uma faixa razoável de empregadores quer estabilidade e compromissos de longo prazo, e é mais provável conseguir isto de candidatos mais velhos do que dos Millennials.


Você escreve que uma das dificuldades para a contratação destes profissionais mais velhos não tem nada a ver com a idade real, mas sim com a idade representada. O que quer dizer com isso?


Eu falo dos estereótipos do idadismo. Coisas como: “eles não sabem usar computadores” ou “eles se aposentam daqui há pouco” ou “eles são inflexíveis”.


Você recomenda que os candidatos façam uma lista das empresas com menor probabilidade de desqualificá-los pela idade. Como é isso?


Pense nos empregadores que têm como alvo clientes mais velhos. Eles provavelmente serão mais receptivos a candidatos mais velhos.


Você também recomenda entrar em contato com o gerente de recrutamento e seleção. Por quê? Como você o encontraria?


Esta é uma das chaves para qualquer pessoa que tenha obstáculos para ser contratada, e é uma maneira de largar na frente das outras.


Se um gerente divulgar uma vaga, ele pode conseguir 200 candidatos. Se 10 entrarem em contato com ele diretamente, é muito provável que a pessoa escolhida estará entre as 10.


Encontrar um gerente de recrutamento e seleção não é tão difícil assim, na maioria dos casos, basta uma busca no Google ou no LinkedIn.


Como um currículo mostra que o candidato está confortável com a tecnologia?


Isto vai depender da vaga disputada. Para um cargo mais sênior, suspeito daquele que diz: “sei usar o Microsoft Word ou o Excel”. Isso é tão básico que não merece ser citado.


Entretanto, se o trabalho exigir certas habilidades tecnológicas e o candidato as tiver, é preciso destaca-las claramente.


Você acha que os candidatos mais velhos podem conseguir entrevistas e serem contratados mais em pequenas do que em grandes empresas. Por quê?


Existem várias razões. As empresas menores têm menos candidatos e, portanto, menos concorrência. Eles também tendem a ter menos pessoas trabalhando para eles que poderiam preencher as posições em aberto. Empresas maiores tendem a promoções internas.


Como você sabe quais pequenas empresas estão contratando e quais vagas precisam preencher?


É aí que entra o trabalho duro. É preciso ser proativo. Entrar no LinkedIn e pesquisar por tamanho de empresa. Em seguida, segmentar as menores que não tenham um recrutador ou dinheiro para postagens de emprego.


Você recomenda dizer numa entrevista que, se o empregador tiver alguma preocupação, será um prazer discuti-la. O que você quer dizer?


Muitas vezes ouço candidatos mais velhos reclamarem que não recebem feedback quando não são os escolhidos. Se o candidato sinalizar que gostaria de saber o motivo isso pode ajudar no futuro. Ao ouvir que o motivo é por não ter conhecimentos de tecnologia, ele pode dizer a si mesmo: “Ótimo, vou buscá-los”.


Qual é o seu conselho para alguém que esteja se candidatando a uma vaga com salário menor que o emprego atual ou o último?


Seja direto. Se o candidato está disposto a aceitar um corte de salário, é preciso dizer. Se está mudando de setor, é preciso dizer que compreende a necessidade de uma progressão.


Você diz que os candidatos mais velhos devem estar nas mídias sociais. Por quê?


É preciso mostrar habilidades tecnológicas e estar presente nas redes sociais. Os empregadores, atualmente, esperam isto. Se o candidato tiver 55 anos e não for encontrado nas redes sociais, se encaixará no estereótipo.


E que tipo de coisas um candidato deve compartilhar nas redes sociais que o ajude a conseguir um emprego?


É preciso mostrar engajamento e bom conhecimento do campo que se deseja trabalhar. Escrever artigos no LinkedIn; publicar no Facebook e no Twitter; comentar artigos de outros autores relacionando tudo isso com a própria experiência.


Se for a uma conferência, compartilhar, nas redes sociais, o que aprendeu.


Tente encontrar pessoas que trabalhem nas empresas segmentadas para um possível emprego e siga-as nas mídias sociais. Se um gerente sênior da empresa publicar algo, comente.


Isso tudo vai contra o estereótipo de que, se a pessoa tem 65 anos, só quer relaxar e descontrair com seus netos. Este não é o tipo de pessoa que um CEO quer.

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

11 de fevereiro de 2025
Há cinco anos, comecei a perceber um movimento crescente nas redes sociais: um número expressivo de influenciadores maduros estava se destacando, conquistando audiências engajadas e criando conteúdos autênticos. No entanto, o mercado publicitário ainda os ignorava, concentrando suas atenções quase exclusivamente nos perfis mais jovens. O reconhecimento desse potencial veio de forma natural, através de conversas com esses criadores. Muitos me procuravam dizendo: "Tenho um perfil no Facebook com 200.000 seguidores e quero me expandir nisso. O que devo fazer?" . Ficou evidente para mim que havia um enorme espaço para esses talentos, mas faltava suporte, visibilidade e oportunidades. Foi então que criei o Silver Makers , um hub de marketing de influência totalmente focado em perfis 50+. Nosso propósito sempre foi claro: dar protagonismo aos influenciadores maduros e mostrar ao mercado o imenso valor desse público. Nosso lema reflete essa missão: dar voz, vez e valor ao público sênior! De lá para cá, houve uma verdadeira revolução digital impulsionada por essa nova geração de influenciadores. Com autenticidade, experiência de vida e um olhar único sobre o mundo, eles estão conquistando espaço, quebrando estereótipos e provando que longevidade e tecnologia caminham juntas. A Força dos Influenciadores Maduros no Digital Muito além do entretenimento, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para a longevidade ativa. Elas ajudam a combater a solidão, fortalecem a autoestima e possibilitam a construção de novos propósitos. Para muitos, ser influenciador não é apenas um hobby, mas uma profissão que permite compartilhar conhecimento, histórias inspiradoras e ainda gerar renda extra. Com o aumento da expectativa de vida e os desafios financeiros que acompanham a maturidade, a monetização digital se apresenta como uma alternativa viável e necessária. Plataformas como Instagram, YouTube e TikTok permitem que influenciadores maduros criem comunidades engajadas e colaborem com marcas que reconhecem o valor de suas trajetórias. O Que Faz um Influenciador Maduro se Destacar? Os influenciadores 50+ trazem consigo algo inestimável: experiência de vida. Eles passaram por desafios pessoais e profissionais, acompanharam diversas transformações sociais e culturais e, por isso, têm muito a compartilhar. Esse repertório torna seus conteúdos autênticos e valiosos para diversas audiências, desde outros maduros em busca de representatividade até jovens que enxergam neles mentores naturais. Tendências de Conteúdos que Performam Bem Os influenciadores maduros estão se destacando em diversos segmentos, trazendo autenticidade, representatividade e quebrando estereótipos. Alguns formatos de conteúdo que têm grande engajamento incluem: ● Bem-estar e saúde: Rotinas saudáveis, alimentação equilibrada, exercícios físicos adaptados e cuidados com a mente. ● Finanças na maturidade: Estratégias para administrar recursos, organizar a aposentadoria e buscar novas fontes de renda. ● Empreendedorismo e reinvenção profissional: Histórias inspiradoras de quem mudou de carreira ou começou um novo projeto depois dos 50. ● Entretenimento e estilo de vida: Viagens, moda, comportamento e cotidiano, mostrando que a maturidade é uma fase vibrante e cheia de possibilidades. ● Tecnologia e inclusão digital: Criadores que desmistificam a tecnologia, ajudando a reduzir a exclusão digital e incentivando o aprendizado contínuo. ● Celebridades 50+ e o combate ao etarismo: Figuras públicas que usam suas redes sociais para desafiar estereótipos e mostrar uma longevidade ativa e atuante. ● Mulheres e os desafios da maturidade: Cada vez mais influenciadoras falam abertamente sobre temas como menopausa, ajudando sua audiência a lidar melhor com questões antes consideradas tabu. ● Gastronomia afetiva: Perfis de talentos culinários que ensinam receitas deliciosas e resgatam a memória afetiva por meio da comida. ● Conexão intergeracional: Netos que compartilham momentos divertidos com seus avós, valorizando a experiência e a sabedoria da longevidade. Independentemente do nicho, todos esses criadores têm algo em comum: valorizam a maturidade e combatem a visão ultrapassada de uma longevidade frágil e limitada. Eles mostram, na prática, que viver mais também significa viver melhor, com propósito e protagonismo. O Papel das Marcas na Valorização da Experiência As marcas que reconhecem o valor da experiência colhem os frutos de uma comunicação mais autêntica e conectada com um público que tem muito a dizer. O Banco Mercantil tem sido um dos protagonistas desse movimento, investindo no potencial dos influenciadores digitais 50+, apoiando criadores e descobrindo novos talentos. A presença do Banco nesse cenário reforça a relevância desse público e valoriza o protagonismo dos maduros no digital. Porque, assim como eles, o Banco acredita que a experiência inspira, transforma e gera impacto real. Gostou? Leia também: 4 projetos para o público 50+ apoiados pelo Banco Mercantil! ________________________________________ Clea Klouri Sócia do Hype 60+ e fundadora do Silver Makers
3 de dezembro de 2024
Quando começar a se planejar para aposentadoria? Quanto mais cedo você começar a planejar a sua aposentadoria, maiores serão as chances de alcançar seus objetivos financeiros. Mesmo para quem está próximo da aposentadoria, nunca é tarde para começar a planejar e tomar medidas para melhorar sua situação financeira futura. Qual sua aposentadoria ideal? O primeiro passo é visualizar como você gostaria que fosse sua aposentadoria. Pense em questões como: ● Onde você gostaria de morar? ● Que tipo de atividades gostaria de realizar? ● Quais são seus sonhos e aspirações para essa fase da vida? Essa reflexão ajudará a determinar o montante financeiro necessário para sustentar o estilo de vida desejado. E a partir dela, você conseguirá seguir os próximos passos! Calcule suas necessidades financeiras futuras Com base em sua visão de aposentadoria, é importante fazer uma estimativa realista de suas necessidades financeiras futuras. Considere fatores como: ● custos de moradia; ● alimentação; ● saúde; ● lazer; ● possíveis imprevistos. Lembre-se de levar em conta a inflação ao fazer esses cálculos. Estabeleça metas concretas e mensuráveis Por exemplo, em vez de simplesmente dizer "quero ter uma aposentadoria confortável", estabeleça uma meta como "preciso acumular R$ X até os 65 anos para ter uma renda mensal de R$ Y durante a aposentadoria". Metas específicas são mais fáceis de acompanhar e alcançar. Crie um cronograma realista Desenvolva um cronograma realista para atingir suas metas. Divida seus objetivos em etapas menores e estabeleça prazos para cada uma delas. Isso tornará o processo menos intimidante e permitirá que você acompanhe seu progresso de forma mais eficaz. Revise e ajuste suas metas periodicamente Lembre-se de que o planejamento financeiro para a aposentadoria é um processo dinâmico. À medida que sua vida muda, suas metas também podem precisar de ajustes. Faça revisões periódicas de seus objetivos e ajuste-os conforme necessário para garantir que permaneçam relevantes e alcançáveis. Melhores investimentos para a aposentadoria Existem diversas estratégias e opções de investimento disponíveis, e é importante escolher aquelas que melhor se adequam ao seu perfil e objetivos. Confira algumas dicas: Diversificação: a chave para reduzir riscos Uma das regras de ouro do investimento é a diversificação. Distribuir seus recursos em diferentes tipos de ativos ajuda a reduzir riscos e aumenta as chances de obter retornos consistentes ao longo do tempo. Investimentos de renda fixa Opções de renda fixa oferecem segurança e previsibilidade de retorno, como: ● Títulos do Tesouro Direto ; ● CDBs ; ● LCIs/LCAs. Esses investimentos são especialmente importantes para quem está próximo da aposentadoria ou tem baixa tolerância ao risco. Investimentos em renda variável Ações, fundos de investimento e ETFs têm potencial de retornos mais elevados, embora tenham maior volatilidade. Para quem está longe da aposentadoria, alocar uma parte do dinheiro em renda variável é uma estratégia para buscar crescimento de longo prazo. Previdência privada: PGBL e VGBL Os planos de previdência privada , como PGBL e VGBL, são opções para complementar a aposentadoria. Eles oferecem benefícios fiscais e podem ser uma forma disciplinada de poupar para o futuro. Investimentos imobiliários Investir em imóveis pode ser uma forma de gerar renda passiva para a aposentadoria. Isso pode incluir a compra de imóveis para aluguel ou investimentos em fundos imobiliários. No entanto, é importante considerar os custos e responsabilidades associados a esse tipo de investimento. Por que se preparar? Ao seu aposentar, é esperado que sua renda tenha alterações. Mesmo se aposentando com o teto máximo do INSS, existe a chance de seu benefício ser menor do que você ganhava na ativa. Lembre-se: com um bom planejamento financeiro, você estará preparado para aproveitar ao máximo essa etapa, livre de preocupações financeiras e pronto para realizar seus sonhos e aspirações. Gostou das dicas? Conheça o Blog do Mercantil e acompanhe mais conteúdos sobre finanças na aposentadoria!
Por Contato Maturi 4 de setembro de 2024
Banco Mercantil e MaturiFest 2024: confira como foi o evento!
Share by: