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Economia colaborativa ou economia compartilhada é uma destas expressões que, além de marcarem época, fazem parecer que é extremamente inovador, quase revolucionário, mas que, na realidade, as raízes já existiam como práticas negociais muito antes do surgimento do termo no início do século XXI.
Numa pesquisa no Google pela expressão em português, haverão aproximadamente 258.000 resultados obtidos em 0,40 segundos.
Portanto, muito já se escreveu ou se falou sobre o assunto e, tenhamos a clareza: não é pretensão deste artigo ser o que, definitivamente, explique o porquê do negócio de aluguel de vestidos de noiva ou trajes finos para festas – como smokings e vestidos longos – ter mudado de nome.
Segundo algumas publicações na internet, uma das primeiras pessoas a publicar alguma ideia sobre economia da sociedade em rede e “bens compartilháveis” foi o professor de direito de Harvard, Yochai Benkler (1964), em 2004, através de um artigo no The Yale Law Journal com o nome Sharing Nicely: On Shareable Goods and the Emergence of Sharing as a Modality of Economic Production (em tradução livre, Compartilhando numa boa: sobre bens compartilháveis e o surgimento do compartilhamento como modalidade de produção econômica). Ele, também, foi um os pioneiros na defesa do software de código aberto.
De lá pra cá muita coisa mudou, a economia, as empresas, as pessoas e o próprio conceito que passou a ser mais usado e divulgado pelos idos do já distante ano de 2013.
Atualmente, o conceito mais aceito é que economia colaborativa ou compartilhada é o compartilhamento, ponto a ponto, de recursos – humanos, físicos e intelectuais – mediados por plataforma digital, sem a necessária aquisição do produto ou mesmo troca monetária entre as partes.
Sabíamos há muitos anos que para passar alguns dias na praia, nos meses de férias no começo do ano, tínhamos que alugar uma casa ou um apartamento, o que era, comumente, feito através da indicação de algum amigo ou parente que já havia viajado para o local ou ligando para uma imobiliária da região, de todo modo, arriscando um contrato às escuras e sem qualquer garantia ou segurança.
O que não sabíamos, é que no futuro esta transação – mediada por uma plataforma digital conectando duas pontas – seria chamada de economia colaborativa ou economia compartilhada e que haveria uma das maiores e mais ricas empresas do mundo, a Airbnb, facilitando nossa vida e dando-nos a garantia de não vermos nossas desejadas férias interrompidas no 1º dia.
É certo que mudanças negociais como esta foram, somente, possíveis pela existência de uma rede mundial de computadores – a internet – e a conectividade de sistemas de informação, que colocaram em contato pessoas interessadas num lugar para se hospedar com outras que tinham espaço ocioso na data pretendida.
Em outras palavras, a tecnologia juntou recursos disponíveis e não utilizados com pessoas que desejam usufruir destes recursos. Simples assim.
A literatura especializada sugere alguns benefícios da economia compartilhada:
Incluo e chamo a atenção para novas oportunidades de trabalho e de geração de renda para os 50+. O aprendizado de toda uma vida facilita trabalhos voltados para o relacionamento pessoal com clientes.
Hoje, empresas que se dizem representantes legítimas da economia compartilhada são incontáveis e a cada dia surgem outras que nem mais nos preocupamos em saber se estão dentro do conceito original ou se estão aproveitando do bom nome da economia colaborativa para vender seus produtos.
A Airbnb é um exemplo, a empresa que antes era descrita como uma plataforma para indivíduos compartilharem espaço extra em suas casas, agora em 2020, disponibiliza, quase em sua totalidade, propriedades administradas por grandes empresas.
De fato, o que mais interessa nesta relação de consumo não é o nome que as coisas recebem e, sim, os benefícios que podem trazer para a sociedade no geral e para as pessoas em particular. E quando isto ocorre há a oportunidade de geração de negócios, de circulação de riqueza e de otimização do retorno de ativos.