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Você já se questionou sobre a idade certa para empreender? Será que você já pensou que não se atualiza como deveria, que não acompanha as inovações do mercado, que não tem mais idade para se arriscar?
Por outro lado, o que você vai fazer com tanta energia, conhecimento e aprendizados acumulados em tantos anos de experiência?
Qual a sua contribuição, qual será o seu legado, quais são os seus planos e metas nesta nova etapa da sua vida? Sair da zona de conforto é algo que eu entendo bem.
Aos 36 anos passei por uma demissão que me fez repensar, mesmo que precocemente sobre minha carreira e vida.
Naquele momento, eu já não me sentia pertencendo ao mundo corporativo, queria inovar, ter um negócio com propósito e ao mesmo tempo, me fez questionar: será que existe uma idade certa para empreender?
Descobri que a busca por um negócio próprio com significado não depende de idade, mas sim da sua real causa, foi uma das minhas motivações para começar o meu empreendimento.
Acreditar que não ter mais 20 anos é sinônimo para resignar-se e não buscar mais nada de novo é muito comum entre aqueles que já passaram dos 50. E existem muitos motivos que sustentam essa crença, como:
– O quanto o mundo mudou nos últimos anos;
– A dificuldade de adaptação com as novas formas de funcionamento do mercado de trabalho;
– Medo e vergonha de não ser mais levado a sério por fazer parte de uma geração diferente;
Mas nada disso deveria impedir que você busque e conquiste novas coisas. E foi pensando em passar essa mensagem que conversei com 3 pessoas maravilhosas que provam que não existe idade certa para empreender e que você pode, sim, ter uma carreira de propósito na maturidade.
É muito comum achar que, passado determinado número de aniversários, você deve contentar-se com o que já tem e não precisa mais buscar experiências novas na vida. Afinal, a grande vantagem de passar dos 50 é não precisar correr mais riscos, certo? Errado!
O período depois dos 50 anos não é chamado de “melhor idade” à toa! Mas muitas pessoas ainda precisam descobrir que este período também serve para abrir um leque totalmente novo de oportunidades. E hoje, uma das principais é o empreendedorismo.
Ter o seu próprio negócio já foi uma empreitada muito complexa, que requeria diversos procedimentos burocráticos somente para começar a colocar a sua ideia em prática. Mas, no mundo digital em que vivemos hoje, é totalmente possível pular várias dessas etapas e conseguir um retorno mais rapidamente, seja ele financeiro ou de significado.
Mas ter algo que sirva como motivação inicial para dar o primeiro passo é essencial, especialmente se você já está parado há algum tempo.
Para a consultora de TI e terapeuta de 61 anos, Shirley Nascimento, a motivação em buscar coisas novas é algo que existe nela desde sempre. “Aposentar não está no meu dicionário, mas a idade chega e nada como poder pensar em fazer algo de modo independente e que venha a contribuir e compartilhar uma experiência de vida”, conta ela.
A busca por significado e propósito nesta fase da vida é outro dos principais motivadores que levam ao empreendedorismo, como me contou o empreendedor digital, Mauro Sato, de 60 anos. “Empreender tem para mim muitas dimensões que vão além da necessidade da sobrevivência financeira.
O ato [de empreender] abre a possibilidade de realizar algo com significado, que possa ser uma contribuição real, um legado para a vida, ajudando outras pessoas”, explica ele.
Provar que ainda podia fazer qualquer coisa foi o que inicialmente tirou a coach de emoções femininas, Helga Feres, de 53 anos, de sua zona de conforto.
Mas ela encontrou novos combustíveis ao longo do caminho. “Inicialmente achei que minha motivação estava ligada ao sentimento de provar que ainda podia. Hoje aprendi que é algo maior que sentimento: é desejo de ir além do que dita a sociedade, na qual ter 50 é ser velho e ultrapassado”, relata ela.
Precisar romper com papel que a sociedade acaba atribuindo às pessoas que já tem mais maturidade e experiência de vida pode ser uma dificuldade para quem deseja empreender, mas já não é tão jovem. Foi o que aconteceu com a coach Helga. Após vencer as limitações que ela mesma criou para si, precisou enfrentar as impostas pela sociedade.
“Vencer as limitações que os outros criavam para mim e eu acreditava que existiam e entender como tirar o melhor proveito da tecnologia e transformar isso em renda”, cita ela como os dois principais obstáculos no seu processo de redescobrimento.
Aprender a separar o que era positivo do que não agregaria nada a ela foi uma das “pedras no caminho” citadas pela consultora Shirley. “A maior dificuldade foi selecionar quais experiências poderiam ser úteis para essa geração selfie. Outra foi ter um propósito claro e definido para deixar um legado e poder ajudar muitas pessoas”, completa ela.
Redescobrir maneiras de lidar com os fracassos foi uma das dificuldades enfrentadas pelo empreendedor Mauro em sua jornada empreendedora. “Lidar com a frustração dos projetos que não ‘vingaram’; buscar “nova energia” para prosseguir; dizer “não” aos muitos projetos e ideias que surgem a todo instante; manter o foco nas atividades diárias”, elenca ele.
O empreendedorismo é uma das profissões mais democráticas do mundo hoje. Normalmente visto por muitos como o ponto de partida para adentrar no mercado de trabalho fora da posição de funcionário, empreender também é uma ótima possibilidade para quem deseja uma reinserção com propósito e significado após muito tempo colaborando com outras empresas.
Perguntei aos entrevistados o que eles gostariam de dizer a quem tem mais de 50 anos e quer entrar no universo do empreendedorismo e manter-se na ativa. As respostas:
“A vida não acaba quando nos aposentamos. Ela apenas nos propicia trabalhar com coisas de maior valor humano, com mais amor e liberdade.”
– Shirley Nascimento, 61 anos
“Aceite que ser seu próprio negócio inicialmente vai dar medo de exposição, da critica e da comparação. A sacada está em ser criativo com o ‘ser sua própria vitrine’”.
– Helga Feres, 53 anos
“Comece logo e não desista!”
– Mauro Sato, 60 anos
*Agradecimentos especiais aos empreendedores que contribuíram para o texto: Shirley Nascimento, Helga Feres e Mauro Sato