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Como mostra uma recente pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), temos um verdadeiro apagão da capacidade técnica no país. Aqui, mais de 60% das empresas com mais de 10 empregados dizem ter dificuldade de preencher vagas com profissional qualificado.
Esta situação é encoberta pela crise que atravessamos, mas qualquer crescimento, por menor que seja, vai evidenciar essa realidade.
Para conseguir crescer, o país vai ter de melhorar significativamente sua capacitação. E quais são as alternativas?
A mais evidente é melhorar nosso sistema educacional. Mas essa mudança, mesmo se bem sucedida, vai levar mais de uma geração, não resolvendo estruturalmente a questão nos próximos 10-20 anos anos. E estamos engatinhando nessa direção.
Outra é importar mão de obra qualificada. Mas nestes tempos de aumento do protecionismo em todo o mundo e de crise econômica no país, é difícil acreditar que haja vontade política de nossos legisladores para flexibilizar regras e permitir a contratação de profissionais do exterior. E temos eleições em 2018, o que torna esse assunto ainda mais difícil de ser discutido.
Uma alternativa mais viável e de curto prazo é a população madura. O Brasil envelhece rapidamente, como evidencia o gráfico abaixo, produzido com os dados de pesquisa publicada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
Provavelmente temos nesse estrato demográfico a mesma porcentagem de mão de obra qualificada que temos na população em geral. Se conseguirmos disponibilizar essa capacitação para as empresas, podemos reduzir os efeitos nocivos da escassez de mão de obra qualificada.
E como fazer isso?
Nesta população, os custos e riscos do trabalho formal no Brasil se somam aos de uma legislação trabalhista e previdenciária criada em um tempo onde nos aposentávamos aos 55 e raramente vivíamos além dos 60 anos. Retiramos capacidade técnica do mercado precocemente, considerando que hoje vivemos, e bem, até os 85 anos.
Ademais, o mercado de trabalho mudou, tornando a cada dia mais raro o emprego formal, para a vida toda, da realidade anterior. A regra atual é o trabalho por projetos, periódico ou pontual.
Como resolver esse imbróglio?
Primeiro, enquanto não mudamos nossas regras previdenciárias e trabalhistas para refletir a nova realidade do trabalho e do emprego, precisamos destravar essa capacidade técnica para as empresas.
Urge discutir a mudança das regras e costumes, reduzindo riscos para as empresas e, simultaneamente, aumentar a trabalhabilidade dessa mão de obra. Saliente-se aqui o importante trabalho realizado por movimentos como o Real.Idade e a iniciativa RETA do Instituto Mongeral Aegon, o Lab60+, comunidades como a Rede Ubuntu, MaturityNow! e a MaturiJobs, e profissionais de RH como Fran Winandy que e seu blog Etarismo. Todos propõem-se a trabalhar para esse novo cenário, redefinindo o envelhecer produtivo e o trabalho nos dias de hoje.
Nós, da Egrégora Inteligência, nos juntamos a esta discussão em duas frentes. Do lado das empresas, queremos habilitar o trabalho, reduzindo os riscos e custos inerentes a alocações pontuais ou periódicas.
Propomos, divulgamos e ajudamos a replicar nosso modelo organizacional, de cooperativa de trabalho, como alternativa para “destravar” esse estoque de capacidade técnica. Como analisamos neste artigo, cooperativas de trabalho são uma alternativa dentro da legislação atual para formalizar o trabalho pontual ou periódico, além de poderem possibilitar a seus membros benefícios geralmente associados ao emprego formal.
Do lado dos profissionais, criamos o programa Você 2.0, onde visamos a atualização profissional dos que querem empreender ou aumentar sua trabalhabilidade. Queremos que possam continuar a contribuir com o conhecimento que formaram em décadas de estudos e trabalho, e não que esta capacitação seja retirada da sociedade.
Esperamos que você se junte a nós nessa causa, que também é sua. Independentemente de gênero, raça, credo ou classe social, todos vamos fazer parte desta população um dia.