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Uma oportunidade ímpar para quem faz parte da sociedade portuguesa foi a realização de evento que contribuiu para o aprimoramento da economia social do país: o Hackathon 100% colaborativo, da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa.
Antes de seguirmos adiante é bom esclarecer: o que é mesmo um Hackathon?
O termo hackathon vem da junção de duas palavras da língua inglesa: hack, que quer dizer programar com excelência, e marathon, maratona. A maratona de programação, então, reúne hackers por muito tempo, com o objetivo de desenvolver soluções que causem impactos tanto internos quanto externos.
Mas não somente projetos específicos da área da programação fazem parte de um hackathon. Como a maratona foi se popularizando e mostrando ótimos resultados, outras áreas adotaram a prática para trazer melhorias de forma diferente e eficiente.
Uma vez integrante da comunidade europeia, e moradora de Lisboa, lancei-me candidata a fazer parte de equipe para responder as questões lançadas nessa grande competição. E não é que fui selecionada para o desafio “A sustentabilidade da Economia Social – busca de redes alternativas de financiamento de longo prazo que acrescentem valor social, ambiental e econômico ao setor.”?
Veja só!
Para começo de conversa, a entidade promotora do grandioso evento tem só 522 anos de idade. A Santa Casa de Misericórdia de Lisboa – SCML, foi fundada em 1498 pela Rainha D. Leonor, e desde então tem uma trajetória de caridade e trabalho social primordialmente aos menos favorecidos.
Com tanta história para contar, a instituição é a mais importante entidade social do país, respeitada nacional e internacionalmente por sua dedicada atuação junto da comunidade na defesa de valores sociais e na construção/defesa de boas causas.
Alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030 e dando voz à Era da Inovação Social, por meio do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social, a SCML dedica-se ao desenvolvimento de iniciativas, programas e projetos que procuram explorar diferentes vertentes do empreendedorismo e da inovação social, inclusive os relacionados ao envelhecimento.
Umas das ações que fazem parte da missão dessa secular instituição é o Hackathon 100% Colaborativo.
A fim de enfatizar o seu papel de inovação, e apostando na diversidade dos participantes, a SCML lançou este Hackathon 100% Colaborativo que propiciou incríveis momentos de ensino e mentoria todos orientados para a produção de novas ideias e soluções às questões sociais.
Segundo Inês Sequeira, estas iniciativas “beneficiam todo o setor da Economia Social, na construção de soluções para os desafios do amanhã que serão importantes para o futuro de todos”.
Diretora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa, Inês Sequeira afirma que “esta é uma iniciativa aberta que promove a participação e a responsabilização dos colaboradores nos processos de governação e decisão”, e ressalta a intenção desta competição de chegar a um público mais vasto, envolvendo todos os players da Economia Social.
Ela foiminha entrevistada na Web Summit 2019, quando discorreu sobre a missão e ações da Casa do Impacto.
Criada em 2018, a Casa do Impacto é o polo de empreendedorismo e inovação social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, “que tem como objetivo assegurar todas as condições para o desenvolvimento de modelos de negócio inovadores, com impacto social e ambiental positivo e em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.”
Por ocasião da Web Summit 2020 entrevistei a fundadora da 55+, startup incubada na Casa do Impacto, que conecta pessoas 55+ a oportunidades de trabalho. Confira o vídeo!
Nesta iniciativa, a SCML quer capacitar para inovar em conjunto, e, consequentemente, “Desenhar o Futuro da Economia Social” no país, pois acredita na participação e responsabilização de todos nos processos de governação e decisão.
A proposta é uma reflexão e discussão sobre o futuro da Economia Social, e, para tanto quatro desafios temáticos foram lançados:
– o digital na Economia Social: o papel da transição digital na redução das desigualdades e na promoção da inclusão social;
– o futuro do trabalho no setor da Economia Social: recrutamento e retenção de quadros para a renovação do setor e intervenção dos mesmos no seu desenvolvimento;
– a sustentabilidade da Economia Social: busca de redes alternativas de financiamento de longo prazo que acrescentem valor social, ambiental e econômico ao setor;
– a avaliação de impacto na Economia Social: escalabilidade do efeito positivo do setor e medição do impacto social da mudança provocada.
Realizado integralmente online no período de 30 de Março a 26 de Abril de 2021, as equipes participantes foram organizadas segundo uma ótica de diversidade dos participantes, as quais puderam ampliar os seus conhecimentos tanto na fase pré-evento como ao longo do mesmo.
Talks, tutoriais, webinars, toolkits e mentorias aprofundadas foram oferecidas a todos, com o objetivo do alcance de novas ideias, soluções, e ações preventivas para a melhoria e o crescimento das entidades da economia social do país.
Por meio da plataforma digital TAIKAI, os concorrentes puderam ingressar seus projetos, gerenciar as suas agendas de compromissos de capacitação, além de resgatar os materiais de apoio (aulas, apresentações, vídeos) que estiveram disponíveis a todos. Na página do projeto da plataforma, há todos os detalhes e regras da competição.
A Dá+, a Rede de Mentores Reformados, a +Social e a Joint4Impact foram os projetos vencedores que receberam um prêmio total de 15.000 euros e a possibilidade de implementar as soluções. O anúncio foi feito em 26/04.
Foi emocionante ter sido selecionada para integrar equipe neste Hackathon para oferecer resposta ao desafio relacionado à sustentabilidade das entidades da economia social.
E foi também uma das experiências mais significativas em minha vida maturi, uma vez que me enriqueceu brutalmente em conhecimento e conexão a Portugal.
Tanto quanto à oportunidade de aprendizado, quanto à chance de conhecer e poder trabalhar com pessoas altamente capacitadas e conectadas à realidade do terceiro setor do país.
Poder oferecer, em conjunto, uma alternativa para a solução do desafio “A sustentabilidade da Economia Social – busca de redes alternativas de financiamento de longo prazo que acrescentem valor social, ambiental e econômico ao setor.” fez-me sentir honrada e feliz por ter sido incluída no processo de ideação de respostas aos problemas sociais Portugueses.
É sempre incrível constatar, na pele, o respeito à diversidade e inclusão em processos competitivos e decisórios de importância para a sociedade.
De extrema relevância, o desafio da sustentabilidade das iniciativas da economia social alcança uma problemática real, uma vez que por meio de fatos e dados verifica-se a existência de uma lacuna entre a necessidade e a capacidade das instituições do terceiro setor de se candidatarem à obtenção de investimentos.
As respostas ao desafio da sustentabilidade servirão para melhor desenvolver as organizações da Economia Social Portuguesa.
Sou grata à Santa Casa de Misericórdia de Lisboa pelo Hackathon 100% Colaborativo, seus professores, mentores e profissionais que nos orientaram em todas as nossas necessidades.
Sou grata à minha equipe composta por Ana Avillez e Diana Duarte pelo acolhimento, pela gentileza das explicações sobre aquilo que desconhecia, e pela alegria de nossos encontros.
O vencedor do desafio que nos candidatamos, merecidamente, foi a +Social, uma rede social para o terceiro setor para que a sociedade civil, as organizações da economia social, empresas e investidores sociais possam comunicar entre si, através de publicações de novidades do setor (ofertas de trabalho, oportunidades de voluntariado, concursos, financiamento, etc.)
Não foi dessa vez, mas o que valeu mesmo foi a experiência e oportunidade de colaborar para a construção do futuro da economia social de Portugal.