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Alunos mergulharam na questão do etarismo para apresentarem trabalho de conclusão de curso sobre a Maturi
Um grupo formado por sete homens e mulheres, de diferentes raças e preferências sexuais, que atuam em áreas distintas como agronegócio, moda, cinema. Em comum, todos são alunos de Relações Públicas da UMESP – Universidade Metodista de São Paulo na mesma faixa etária.
E, exatamente, em busca de uma diversidade ainda maior que escolheram a Maturi como case para o trabalho de encerramento do curso.
Em uma sociedade como a nossa, onde os jovens têm prioridade total e o envelhecimento é encarado como um grande problema, uma chama de esperança se acende quando o tema é trazido à tona por estudantes.
Os colegas de classe que se uniram no projeto foram Bárbara Amaro Andrade, Kelly Monteiro Pereira, Larissa Figueiredo Duarte, Letícia Oliveira Morales, Pedro Saul Sousa Clementino, Thamara dos Santos Luís e Rodrigo da Silva Torres.
Eles são um retrato fiel da geração Z, aqueles nascidos entre 1995 e 2010 e que hoje, representam em torno de 25% da população mundial. São jovens que buscam um propósito, experiência e transformam o engajamento em causas sociais em ativismo.
Estudo da Box 1824 mostrou que 63% da Geração Z defende toda causa ligada à identidade das pessoas (gênero, etnia e orientação sexual, por exemplo). E a questão do ageísmo não podia ficar de fora.
“A Maturi é pioneira na questão da diversidade etária e isso nos abriu os olhos para um problema que ainda não tínhamos percebido e que pode ser parte de nosso futuro”, conta o aluno Rodrigo. “Com o mergulho que fizemos no universo dos 50 mais, aprendemos que esta temática tem um apelo muito forte e é preciso repensar urgentemente os valores que nos levam a esse comportamento de discriminação por causa da idade.”
Uma das formas mais adequadas de combater o preconceito é disseminar informações pertinentes para que a população se conscientize e neste caso específico, tenha conhecimento sobre a velhice. E a faculdade é um terreno fértil para plantar essa semente.
“Para nós da Maturi, é fundamental que as pessoas que estão estudando percebam a carência quando falamos em preconceito etário e o mercado da longevidade”, comenta Ana Campos, head de marketing e eventos da empresa. “O etarismo tem que ser tratado de forma tão importante quanto as outras formas de discriminação. Temos de aprender que é um tema transversal. Que mesmo os diversos, LGBTQIA+, negros, índios, mulheres, vão envelhecer”.
A metodologia de ensino da universidade faz com que a cada semestre os estudantes se debrucem em resolver um problema real de uma empresa em projetos integrados de várias disciplinas.
Os sete se juntaram em 2017 e desde então trabalham juntos. Criaram até uma agência experimental, a Diretriz que tem como premissa investir em causas sociais e projetos que contenham pluralidade. “Nosso slogan é juntos no caminho e temos o compromisso de estabelecermos uma parceria com o cliente”, explica Letícia. “Consideramos que caminhar lado a lado é a maneira mais eficaz de alcançar resultados”
Durante esses três anos, a agência atendeu o aplicativo de livros Story Max, a Roche Diagnóstico e a Innocence Project Brasil, uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo específico enfrentar a grave questão das condenações de inocentes no país. Mesmo com clientes tão diversos, o foco era sempre apresentar soluções que impactasse não só para resolver o problema da empresa, mas também ajudasse a sociedade de alguma maneira.
Para o trabalho final, a escolha era livre. Havia longa lista que incluía ONGs, institutos, fundações, grandes empresas, até chegarem na Maturi. Aí foi paixão à primeira vista.
“Deu match total entre o nosso objetivo de entregar um plano de comunicação e a receptividade que tivemos da equipe da Maturi”, acrescenta Leticia. “A causa é muito nobre. Nós não havíamos tido contato com essa questão da empregabilidade depois do 50”, citando o braço de recolocação profissional que deu início a startup. E olha que ela tinha um exemplo dentro de casa: o pai foi demitido quando cursava o ensino médio e nunca mais voltou a trabalhar com carteira assinada.
Tanto Ana como Mórris Litvak, CEO da Maturi participaram de várias reuniões com a equipe e deram todo o suporte necessário com materiais, informações, números para auxiliá-los na construção do plano e ainda despertar o interesse deles para as questões de idade e relacionamento intergeracional.
A orientadora Rita Donato era uma destas pessoas que não conhecia a atuação da Maturi e se surpreendeu. “Os alunos apresentaram o cliente e o que queriam fazer com tanta paixão que eu também me apaixonei. Fiquei encantada com a atuação da empresa,” relembra. “Eles trouxeram uma modernidade sem exageros e souberam traduzir as necessidades do cliente, propondo soluções factíveis e de fácil implantação”.
E já que os 50 mais pareciam um universo distante, o caminho encontrado para aprofundar o conhecimento foi realizar uma pesquisa com cem entrevistados.
Com isso, puderam entender melhor a realidade do público no que diz respeito às oportunidades de trabalho e capacitação profissional, além de seus interesses e obstáculos para a continuidade no mercado de trabalho. Um dos valores percebidos foi a necessidade de cursos de capacitação, mostrando o acerto do lançamento da MaturiAcademy no segundo semestre deste ano.
Depois de quase um ano de intenso contato com o mundo dos idosos, estão aptos a levar essa mensagem não só no plano de comunicação apresentado, como se tornando porta-vozes em seus ambientes de trabalho e para os amigos e familiares.
Kelly conta que ficou surpresa com a relevância que tem o mercado de longevidade. Ela atua com comunicação interna em uma grande cadeia de cinema e quer se tornar uma voz ativa dentro da empresa para defender a bandeira dos maturis até mesmo junto a equipe de recrutamento e seleção.
A amiga Larissa já aderiu a causa e até propôs um influenciador 50+ para o lançamento de um produto para um cliente na agência que trabalha.
Para Thamara, a palavra humanização é o que resume esse TCC. “Convivo com muitos profissionais de 60/ 70 anos que deveriam estar no fim de um ciclo e ao contrário, são eles que estão puxando a revolução industrial no agronegócio. Aprendo muito e temos que conscientizar a nós e nossos colegas de aproveitarmos melhor todo esse conhecimento. Os colegas da faculdade ainda não têm esse olhar.”
Vale lembrar que estimular a participação dos 50+ na sociedade é um dos pilares do envelhecimento saudável, segundo a o Relatório Mundial sobre Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial de Saúde.
O grupo enfrentou a banca de professores na semana passada e a nota 10 recompensou todo o esforço. As ideias apresentadas serão estudadas pelo board da Maturi e podem ser implementadas gratuitamente. “É um presente. O que queremos é vê-las por aí. Este é o maior reconhecimento de que fizemos a coisa certa”, assinala Thamara.
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