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Desde que iniciei o trabalho com a Maturi, há quase 6 anos, além de auxiliar as empresas na contratação de profissionais acima de 50 anos, fazemos a capacitação desses profissionais para ajudá-los a encontrar novos caminhos profissionais, mesmo após a aposentadoria.
Apesar do crescente interesse das empresas neste assunto, o número de vagas para quem já é um “maturi” ainda é pequeno e por isso nessas capacitações falamos muito sobre as alternativas ao emprego formal, como o trabalho autônomo e as possibilidades de empreendedorismo.
Entretanto, para muitos 50+ que estão nessa fase de busca por um novo caminho profissional as dúvidas são muitas e muito deles se sentem “no limbo”, de forma que temos trabalhado cada vez mais a questão do auto-conhecimento antes de entrar de forma mais prática em novas habilidades e possibilidades.
Isso acontece porque a grande maioria das pessoas não tem nenhum tipo de preparação ou planejamento para esta situação.
Ao longo do tempo percebemos que há poucas empresas que fazem o “PPA” (programa de preparação para aposentadoria), que normalmente é oferecido a um grupo restrito de colaboradores que estão de saída em função da idade/aposentadoria e o foco acaba sendo o planejamento financeiro e qualidade de vida, porém muitos não participam destes programas pela conotação negativa que acaba tendo no sentido de ser para quem está de saída e ganhando apelidas como “programa para os velhinhos” e afins.
Outras empresas oferecem programas de outplacement, através de consultorias que focam na recolocação e normalmente restritos a colaboradores no nível de diretoria para cima. Acontece que dependendo da idade do profissional, a recolocação é quase impossível ou mesmo não é mais desejada no formato tradicional.
Por isso nós criamos um “programa de preparação para a vida profissional fora do mundo corporativo” e auxiliamos organizações e repensarem não só o que, mas como oferecer esse tipo de auxílio aos seus colaboradores maduros, pois a forma de comunicar faz toda a diferença.
Em uma pesquisa feita em 2018 com membros da Comunidade Maturi, descobrimos que 90% das pessoas (50+ em busca de novas oportunidades) não teve esse tipo de preparação em seu último emprego, mas gostariam de ter tido, e ficou clara a diferença que faz para quem passou por um programa como esse: quem não se prepara acaba ficando completamente perdido, o que gera ansiedade e depressão, podendo causar problemas de saúde.
Portanto seguem aqui algumas dicas fundamentais para quem já saiu e também para quem está no mundo corporativo:
Entenda que a carreira dentro do mundo corporativo não dura para sempre e é bem possível que em algum momento você não queira mais esse modelo de trabalho, mas ainda precise (ou queira) continuar trabalhando.
Por isso pesquisa sobre empreendedorismo, startups, entenda o que é virar um consultor ou trabalhar como autônomo e comece a explorar estas possibilidades de forma ativa, buscando especialistas e exemplos. Você pode até começar em paralelo ao seu trabalho.
Pesquise sobre “Lifelong Learning” e entenda a importância de fazer sempre novos cursos, conhecer outras áreas e estar sempre antenado às novidades. É preciso aprender, desaprender e reaprender o tempo todo para não ficar para trás.
Cuide do seu corpo e da sua mente. Faça exercícios e alimente-se bem, mas também busque o auto-conhecimento que é chave para entender o que faz sentido nesta fase da vida e assim buscar um caminho profissional que te dê prazer. Espiritualidade, propósito e projeto de vida são alguns dos caminhos que podem ajudar muito.
O relacionamento com pessoas não pode parar nunca. Participe de eventos, tome café com conhecidos, entenda o que eles estão fazendo e apresente-se a possíveis parceiros.
Manter sua rede ativa, atualizada e sabendo o que você está fazendo e buscando é fundamental para galgar novos caminhos. Faça isso tanto no mundo virtual como no presencial.
Por fim, o planejamento financeiro é parte essencial desta preparação para uma nova fase da vida que trará incertezas e por isso ter suas economias em ordem é muito importante.
É preciso entender também que ao sair do mundo corporativo sua renda provavelmente cairá consideravelmente e por isso repensar o padrão de vida e entender o que é possível abrir mão e o que não é será uma tarefa árdua, mas necessária. Pensar nisso antes evita muitos problemas depois.
As empresas têm o papel de olhar para seus colaboradores mais maduros e auxiliá-los neste planejamento para a aposentadoria, mas precisam entender a realidade destas pessoas. Fazendo este trabalho da maneira correta e com o genuíno intuito as organizações reforçam seu employer branding.
Já os profissionais, também tem a responsabilidade de buscar ativamente essa preparação e planejarem sua vida profissional pós-corporativa independente da empresa, tomando as rédeas da sua carreira e do seu futuro.