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Apesar das terríveis previsões de perda de empregos, o economista-chefe do Banco Mundial diz que não há razão para pensar que os robôs substituirão os seres humanos em breve e que, pelo menos não ainda, o mercado de trabalho não foi afetado pelo aumento da automação e inteligência artificial (IA). “Esse medo de que robôs tenham eliminado empregos não é evidenciado até agora”, disse Pinelopi Koujianou Goldberg em entrevista à Bloomberg.
No entanto, este medo não é novo. Nos primeiros anos do século 19, trabalhadores têxteis na Grã-Bretanha – os luditas – iniciaram uma campanha de desobediência civil e agitação em face da industrialização e automação da incipiente indústria. O ludismo, no entanto, queixava-se mais amplamente de questões econômicas do que somente do uso da tecnologia.
A era da Quarta Revolução Industrial deu início a uma nova onda de preocupação. Isto foi trazido a tona pela publicação de um estudo da Universidade de Oxford afirmando que: “de acordo com nossas estimativas, cerca de 47% do emprego total dos EUA está em risco” pela automação.
A previsão da PwC foi menos muito menos pessimista – um risco de 3% de perda de emprego no início dos anos 2020 subindo para 30% em meados da década de 2030.
A discrepância dos dados previstos talvez seja porque a automação não será definida pela mudança de uma única variável na maneira como as coisas são feitas. É muito mais provável que seja uma série de acontecimentos constantes e interativos; à medida que a tecnologia melhora, o incentivo para automatizar novas funções de trabalho aumentará.
“Precisamos de novas maneiras de investir nas pessoas e protegê-las, independentemente de seu status de emprego”, escreveu o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, no prefácio de “A natureza mutante do trabalho”, o Relatório de Desenvolvimento Mundial de 2019. “Com dois bilhões de pessoas já trabalhando no setor informal – desprotegidas pelo emprego assalariado estável, por redes de segurança social ou por benefícios da educação – novos padrões de trabalho contribuem para mais dificuldade do que as últimas inovações.
“Investir em pessoas não é apenas uma preocupação para os ministros da saúde e da educação; também deve ser uma prioridade máxima para os chefes de estado e ministros das finanças”, completa Jim Yong Kim.
Se essas previsões serão confirmadas ainda está para ser visto, mas há pouca dúvida de que o futuro do trabalho é aquele em que a mudança será a variável mais presente. O relatório do Banco Mundial sobre a natureza mutante do trabalho é um apelo aos governos para enfrentarem os desafios dessa transformação.