O Trabalho no Futuro será Transgeracional

Walter Alves • 5 de março de 2020

 Trabalhadores mais velhos são vistos como professores, permitem que outras pessoas considerem perspectivas diferentes e tornam o local de trabalho mais produtivo.


As mudanças demográficas criam ambientes de trabalho com pessoas das mais diversas idades. Basta olhar e ver que millennials – geração Z – e baby boomers trabalham lado a lado num número crescente de empresas.

Esta é uma tendência para comemorar. Empregadores que fazem o certo aproveitam a força de trabalho transgeracional como uma chave para o sucesso. Mas, na realidade, poucos ainda aproveitam estas oportunidades.


Um caminho para a prosperidade


Com base em recentes pesquisas, aqui vai um pouco do que se sabe sobre locais de trabalho com diversas faixas etárias:


  • Equipes de trabalho que compreendem várias gerações têm melhor desempenho do que aquelas com idades mais homogêneas;
  • Uma força de trabalho com diversas faixas etárias oferece às empresas mais insights sobre o mercado, incluindo o vasto segmento de consumidores mais velhos;
  • A força de trabalho transgeracional gera um fluxo de profissionais que melhoram a possibilidade de um trabalho contínuo e a retenção dos melhores;
  • Uma força de trabalho diversificada pela idade aumenta seus resultados, com base em maior engajamento e melhora de desempenho;
  • Sete em cada 10 pessoas mais velhas gostam de trabalhar com pessoas de outras gerações. Os trabalhadores mais velhos apreciam o conhecimento técnico e a criatividade dos mais jovens. E estes valorizam o conhecimento e a experiência dos mais velhos.


Porcentagem de trabalhadores jovens sobre a relação com colegas mais velhos


  • Tenho oportunidades em aprender novas competências com eles – 77%
  • A probabilidade de considerar perspectivas diferentes das minhas aumenta – 76%
  • Torna o ambiente de trabalho mais produtivo – 69%
  • Fico mais atento e mais envolvido no trabalho – 66%
  • Tenho oportunidades de mostrar minha experiência e conhecimento – 65%
  • Torna o ambiente de trabalho mais criativo – 63%
  • Torna o ambiente de trabalho mais divertido – 61%
  • Me faz sentir energizado – 57%
  • Mantenho-me atualizado sobre as últimas tendências da tecnologia – 47%


Enfim, a maioria dos trabalhadores mais jovens gosta de trabalhar com colegas mais velhos.


A transformação está apenas começando


Em meados deste século, os adultos com 60 anos ou mais representarão 22% da população mundial – o dobro de sua participação atual. Muitos estarão trabalhando.


Pessoas entre 55 e 64 anos representam 64% do mercado de trabalho entre os países da OCDE – um aumento de 8 pontos percentuais em relação há apenas uma década. Mais pessoas querem ou precisam trabalhar. Além dos benefícios financeiros, muitos trabalhadores mais velhos apreciam o aspecto social de seus empregos e querem continuar a contribuir.


O número crescente de pessoas mais velhas garante que a diversidade etária continuará sendo um fato significativo da vida profissional. 


Os empregadores devem ficar atentos


Para aproveitar a força de trabalho transgeracional, os executivos precisam pensar criativamente sobre as competências individuais – como valorizá-las, onde encontrá-las e como amplia-las. Promover um clima de respeito e justiça para todos – incluindo iguais oportunidades de trabalho com possibilidades de desenvolvimento de novas competências.


As políticas que afetam o recrutamento, a avaliação, a retenção, a remuneração, a aprendizagem ao longo da vida, a saúde e o bem-estar e a aposentadoria precisam ser inclusivas do ponto de vista etário para fortalecer toda a empresa.


Hoje, mais de 20 milhões de trabalhadores nos Estados Unidos estão com dois empregos: cuidando de um membro da família ou amigo e ganhando a vida fora de casa. O prestador de cuidados dos EUA é uma mulher de 40 anos. 


Os empregadores podem ajudar a si mesmos revisando sua abordagem de treinamento e desenvolvimento, garantindo que todos tenham iguais oportunidades, independentemente da idade, gênero ou condição física ou sensorial.


Os programas de “segunda carreira” que ampliam as opções para as pessoas que iniciam uma nova etapa em suas vidas – como após a criação dos filhos ou aposentados que desejam retomar o trabalho -, estão entre as maneiras de manter as competências críticas em uma organização.


Tais políticas são cada vez mais necessárias, porque o local de trabalho do futuro valorizará o aprendizado e a adaptação. Heather McGowan, estudiosa sobre o trabalho no futuro, analisou as principais competências que os trabalhadores precisam desenvolver.


Ela concluiu que muitas dessas competências atingem o pico mais tarde na vida – o que ressalta os benefícios da diversidade etária. Isso inclui resolução de problemas complexos, pensamento crítico, gestão de pessoas, coordenação de equipes, inteligência emocional, julgamento e tomada de decisão.


A hora da diversidade etária no local de trabalho é agora


Em recentes pesquisas, foi possível constatar que empresas globais, inovadoras e de vários ramos de atividade estão adotando políticas de inclusão etária com os olhos no futuro.


Os líderes destas empresas enfatizaram a importância da inclusão e de dar aos funcionários de todas as idades um senso de pertencimento ao criar equipes com diversas idades. Discutiram, também, a importância da educação continuada e da qualificação. 


É necessário, no entanto, uma liderança mais atuante e mais ação. Aproveitar ao máximo a diversidade etária exigirá uma adesão a programas de inclusão muito maior dos empregadores. Condições como adoção de novas ideias e rejeição a estereótipos sobre envelhecimento são fundamentais para o melhor aproveitamento destas oportunidades.


A visão de um local de trabalho com alto desempenho e diversas faixas etárias trabalhando conjuntamente ainda está sendo aprimorada. A lista de ações é extensa, estabelece desde recomendações específicas, como incluir a idade como um elemento em suas estratégias de diversidade e inclusão, até oferecer opções de trabalho flexível.



A força de trabalho transgeracional é inevitável, pois não há como alterar tendências demográficas e quanto mais cedo os empregadores se adaptarem, maiores serão as possibilidades de sucesso e prosperidade de trabalhadores e organizações. Mas se esta oportunidade de diversidade etária for perdida, as empresas, certamente, prosseguirão com poucas perspectivas de crescimento e desenvolvimento.


 

Compartilhe esse conteúdo

Artigos recentes

11 de fevereiro de 2025
Há cinco anos, comecei a perceber um movimento crescente nas redes sociais: um número expressivo de influenciadores maduros estava se destacando, conquistando audiências engajadas e criando conteúdos autênticos. No entanto, o mercado publicitário ainda os ignorava, concentrando suas atenções quase exclusivamente nos perfis mais jovens. O reconhecimento desse potencial veio de forma natural, através de conversas com esses criadores. Muitos me procuravam dizendo: "Tenho um perfil no Facebook com 200.000 seguidores e quero me expandir nisso. O que devo fazer?" . Ficou evidente para mim que havia um enorme espaço para esses talentos, mas faltava suporte, visibilidade e oportunidades. Foi então que criei o Silver Makers , um hub de marketing de influência totalmente focado em perfis 50+. Nosso propósito sempre foi claro: dar protagonismo aos influenciadores maduros e mostrar ao mercado o imenso valor desse público. Nosso lema reflete essa missão: dar voz, vez e valor ao público sênior! De lá para cá, houve uma verdadeira revolução digital impulsionada por essa nova geração de influenciadores. Com autenticidade, experiência de vida e um olhar único sobre o mundo, eles estão conquistando espaço, quebrando estereótipos e provando que longevidade e tecnologia caminham juntas. A Força dos Influenciadores Maduros no Digital Muito além do entretenimento, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para a longevidade ativa. Elas ajudam a combater a solidão, fortalecem a autoestima e possibilitam a construção de novos propósitos. Para muitos, ser influenciador não é apenas um hobby, mas uma profissão que permite compartilhar conhecimento, histórias inspiradoras e ainda gerar renda extra. Com o aumento da expectativa de vida e os desafios financeiros que acompanham a maturidade, a monetização digital se apresenta como uma alternativa viável e necessária. Plataformas como Instagram, YouTube e TikTok permitem que influenciadores maduros criem comunidades engajadas e colaborem com marcas que reconhecem o valor de suas trajetórias. O Que Faz um Influenciador Maduro se Destacar? Os influenciadores 50+ trazem consigo algo inestimável: experiência de vida. Eles passaram por desafios pessoais e profissionais, acompanharam diversas transformações sociais e culturais e, por isso, têm muito a compartilhar. Esse repertório torna seus conteúdos autênticos e valiosos para diversas audiências, desde outros maduros em busca de representatividade até jovens que enxergam neles mentores naturais. Tendências de Conteúdos que Performam Bem Os influenciadores maduros estão se destacando em diversos segmentos, trazendo autenticidade, representatividade e quebrando estereótipos. Alguns formatos de conteúdo que têm grande engajamento incluem: ● Bem-estar e saúde: Rotinas saudáveis, alimentação equilibrada, exercícios físicos adaptados e cuidados com a mente. ● Finanças na maturidade: Estratégias para administrar recursos, organizar a aposentadoria e buscar novas fontes de renda. ● Empreendedorismo e reinvenção profissional: Histórias inspiradoras de quem mudou de carreira ou começou um novo projeto depois dos 50. ● Entretenimento e estilo de vida: Viagens, moda, comportamento e cotidiano, mostrando que a maturidade é uma fase vibrante e cheia de possibilidades. ● Tecnologia e inclusão digital: Criadores que desmistificam a tecnologia, ajudando a reduzir a exclusão digital e incentivando o aprendizado contínuo. ● Celebridades 50+ e o combate ao etarismo: Figuras públicas que usam suas redes sociais para desafiar estereótipos e mostrar uma longevidade ativa e atuante. ● Mulheres e os desafios da maturidade: Cada vez mais influenciadoras falam abertamente sobre temas como menopausa, ajudando sua audiência a lidar melhor com questões antes consideradas tabu. ● Gastronomia afetiva: Perfis de talentos culinários que ensinam receitas deliciosas e resgatam a memória afetiva por meio da comida. ● Conexão intergeracional: Netos que compartilham momentos divertidos com seus avós, valorizando a experiência e a sabedoria da longevidade. Independentemente do nicho, todos esses criadores têm algo em comum: valorizam a maturidade e combatem a visão ultrapassada de uma longevidade frágil e limitada. Eles mostram, na prática, que viver mais também significa viver melhor, com propósito e protagonismo. O Papel das Marcas na Valorização da Experiência As marcas que reconhecem o valor da experiência colhem os frutos de uma comunicação mais autêntica e conectada com um público que tem muito a dizer. O Banco Mercantil tem sido um dos protagonistas desse movimento, investindo no potencial dos influenciadores digitais 50+, apoiando criadores e descobrindo novos talentos. A presença do Banco nesse cenário reforça a relevância desse público e valoriza o protagonismo dos maduros no digital. Porque, assim como eles, o Banco acredita que a experiência inspira, transforma e gera impacto real. Gostou? Leia também: 4 projetos para o público 50+ apoiados pelo Banco Mercantil! ________________________________________ Clea Klouri Sócia do Hype 60+ e fundadora do Silver Makers
3 de dezembro de 2024
Quando começar a se planejar para aposentadoria? Quanto mais cedo você começar a planejar a sua aposentadoria, maiores serão as chances de alcançar seus objetivos financeiros. Mesmo para quem está próximo da aposentadoria, nunca é tarde para começar a planejar e tomar medidas para melhorar sua situação financeira futura. Qual sua aposentadoria ideal? O primeiro passo é visualizar como você gostaria que fosse sua aposentadoria. Pense em questões como: ● Onde você gostaria de morar? ● Que tipo de atividades gostaria de realizar? ● Quais são seus sonhos e aspirações para essa fase da vida? Essa reflexão ajudará a determinar o montante financeiro necessário para sustentar o estilo de vida desejado. E a partir dela, você conseguirá seguir os próximos passos! Calcule suas necessidades financeiras futuras Com base em sua visão de aposentadoria, é importante fazer uma estimativa realista de suas necessidades financeiras futuras. Considere fatores como: ● custos de moradia; ● alimentação; ● saúde; ● lazer; ● possíveis imprevistos. Lembre-se de levar em conta a inflação ao fazer esses cálculos. Estabeleça metas concretas e mensuráveis Por exemplo, em vez de simplesmente dizer "quero ter uma aposentadoria confortável", estabeleça uma meta como "preciso acumular R$ X até os 65 anos para ter uma renda mensal de R$ Y durante a aposentadoria". Metas específicas são mais fáceis de acompanhar e alcançar. Crie um cronograma realista Desenvolva um cronograma realista para atingir suas metas. Divida seus objetivos em etapas menores e estabeleça prazos para cada uma delas. Isso tornará o processo menos intimidante e permitirá que você acompanhe seu progresso de forma mais eficaz. Revise e ajuste suas metas periodicamente Lembre-se de que o planejamento financeiro para a aposentadoria é um processo dinâmico. À medida que sua vida muda, suas metas também podem precisar de ajustes. Faça revisões periódicas de seus objetivos e ajuste-os conforme necessário para garantir que permaneçam relevantes e alcançáveis. Melhores investimentos para a aposentadoria Existem diversas estratégias e opções de investimento disponíveis, e é importante escolher aquelas que melhor se adequam ao seu perfil e objetivos. Confira algumas dicas: Diversificação: a chave para reduzir riscos Uma das regras de ouro do investimento é a diversificação. Distribuir seus recursos em diferentes tipos de ativos ajuda a reduzir riscos e aumenta as chances de obter retornos consistentes ao longo do tempo. Investimentos de renda fixa Opções de renda fixa oferecem segurança e previsibilidade de retorno, como: ● Títulos do Tesouro Direto ; ● CDBs ; ● LCIs/LCAs. Esses investimentos são especialmente importantes para quem está próximo da aposentadoria ou tem baixa tolerância ao risco. Investimentos em renda variável Ações, fundos de investimento e ETFs têm potencial de retornos mais elevados, embora tenham maior volatilidade. Para quem está longe da aposentadoria, alocar uma parte do dinheiro em renda variável é uma estratégia para buscar crescimento de longo prazo. Previdência privada: PGBL e VGBL Os planos de previdência privada , como PGBL e VGBL, são opções para complementar a aposentadoria. Eles oferecem benefícios fiscais e podem ser uma forma disciplinada de poupar para o futuro. Investimentos imobiliários Investir em imóveis pode ser uma forma de gerar renda passiva para a aposentadoria. Isso pode incluir a compra de imóveis para aluguel ou investimentos em fundos imobiliários. No entanto, é importante considerar os custos e responsabilidades associados a esse tipo de investimento. Por que se preparar? Ao seu aposentar, é esperado que sua renda tenha alterações. Mesmo se aposentando com o teto máximo do INSS, existe a chance de seu benefício ser menor do que você ganhava na ativa. Lembre-se: com um bom planejamento financeiro, você estará preparado para aproveitar ao máximo essa etapa, livre de preocupações financeiras e pronto para realizar seus sonhos e aspirações. Gostou das dicas? Conheça o Blog do Mercantil e acompanhe mais conteúdos sobre finanças na aposentadoria!
Por Contato Maturi 4 de setembro de 2024
Banco Mercantil e MaturiFest 2024: confira como foi o evento!
Share by: