555-555-5555
meuemail@email.com.br
O emprego entrega mais do que um salário ao final do mês. Também oferece independência pessoal, status social e autoestima que esses recursos ajudam a trazer. Para as pessoas com deficiência, esses benefícios são particularmente valiosos – e difíceis de acessar.
Com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, o mundo concordou em “promover o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos”, até 2030.
Para países jovens, em que a população com idade entre os 19 e os 24 anos fica em torno de 20% a 25%, o progresso é especialmente urgente, a fim de converter um “boom” de jovens num dividendo demográfico. O sucesso, no entanto, não será possível sem estratégias para os singulares – e imensos – desafios enfrentados pelos trabalhadores com deficiência.
Nos países desenvolvidos, 50-70% da mão de obra ativa de pessoas com deficiência está desempregada. No Reino Unido, um estudo de 2017, indica que as pessoas com deficiência que procuram emprego são 60% a mais do que os candidatos ou candidatas sem nenhuma deficiência. Apenas 51% das candidaturas de pessoas com deficiência resultam numa entrevista, comparado com os 69% das pessoas sem deficiência.
Nos países em desenvolvimento, o mercado de trabalho é ainda mais difícil para as pessoas com deficiência, das quais 80 a 90% estão desempregadas. Na Índia, por exemplo, das cerca de 70 milhões com deficiência, somente em torno de 100 mil pessoas conseguiram um emprego formal no setor privado.
Parcialmente, isto é resultado da discriminação pelos empregadores, que supõem que os trabalhadores com deficiência são menos produtivos ou que os trabalhadores sem deficiência acham que trabalhar com eles é aborrecido ou perturbador. Os empregadores também acreditam que os trabalhadores com deficiência custam mais.
As barreiras ao emprego surgem muito antes dos trabalhadores com deficiência entrarem no mercado de trabalho. São comuns os relatos das barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam para concluir seus estudos devido à falta de acessibilidade nas escolas e da ausência de tutores treinados para ajuda-las nos estudos e também na carreira.
Melhorar as perspectivas de emprego para as pessoas com deficiência exige não apenas a oferta de uma educação de qualidade adaptada às suas necessidades, mas também iniciativas específicas que facilitem a inclusão nas empresas, desde a ajuda para negociar os termos do contrato de trabalho até o acompanhamento e avaliação de desempenho.
Uma prática que está se tornando comum, em muitas partes do mundo, é o emprego personalizado que é a contratação de um funcionário com deficiência para funções que podem ser exercidas online, mesmo que a empresa não tenha o home office institucionalizado.
Além de aumentar a satisfação no trabalho e a produtividade do funcionário, esse acordo pode ser uma forma de economia para a empresa, já que não há a necessidade de adaptações nos escritórios da organização.
O aumento do número de funcionários com deficiência nas empresas exige articulação e cooperação entre todos os responsáveis: organizações e lideranças do setor privado devem se mostrar comprometidas para sentarem junto com formuladores de políticas públicas para educação e emprego e com entidades representativas das pessoas com deficiência para buscarem soluções inovadoras e aplica-las no aumento da empregabilidade e da efetiva inclusão.