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Eu acredito que as mudanças são necessárias para nos levar a outros patamares. O escritor Érico Veríssimo diz que “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”.
Quer seja na vida pessoal quanto na profissional, mudar totalmente ou alterar os caminhos que estamos seguindo pode acontecer a qualquer instante, no início da carreira, aos 30, 40, 50, 60 anos ou ainda mais tarde.
Qualquer profissional está sujeito à alteração de rota se estiver monitorando os rumos da sua carreira e checando se estão de acordo com seus objetivos, ou seja, se estão afinados com os seus propósitos de vida.
Algumas vezes a alteração de rota ocorre sem que esperemos. Assim mesmo. Basta acontecer uma demissão, uma doença, uma mudança de cidade ou empresa, um relacionamento e, de repente, elas acontecem.
Nestes momentos, muito mais do que a mudança em si, nossa atitude é que fará a grande diferença no modo como vamos lidar com a situação e, principalmente, como iremos alterar os sentimentos que chegarem como medos, apreensões, dúvidas das mais variadas e até um certo descrédito em nossas crenças, valores, habilidades, competências e conhecimentos. Tudo isso é perfeitamente normal!!!
Uma das minhas grandes viradas veio na maturidade
Tive momentos bem marcantes e decisivos na minha carreira. Fui responsável pela criação do primeiro provedor de acesso e de outras quatro empresas que, ao longo de 17 anos, contribuíram para o desenvolvimento da área de Tecnologia da Informação, na região sul do Brasil, em Santa Catarina.
Numa primeira transformação profissional, mudei de estado.
Deixei família no Sul e de empresária passei atuar como executiva em São Paulo. De um projeto de 02 anos, já se foram 12 anos e uma vida reestruturada. Como CEO e executiva interina, participei de direcionamento estratégico de diversas empresas para posicionamento no mercado, criação de novos produtos e serviços, redefinição de processos e inúmeras ações de gestão.
Sempre fui atenta à minha evolução pessoal e profissional. Em certo momento da minha carreira, quando eu estava superaquecida, parei para pensar em tudo o que já havia alcançado e qual o valor que havia agregado ao mercado, na minha evolução pessoal e profissional.
Então, percebi que queria mais. Queria algo diferente…. Sentia que poderia aplicar tudo o que eu aprendi para beneficiar outros profissionais a alavancarem suas carreiras e decolarem também. Foi mais um momento decisivo. Um momento de guinada profissional e de vida!
Antes dos meus 30 anos, ainda na primeira empresa que tive, sonhei que ao chegar aos 60 gostaria de atuar como “psicóloga corporativa”.
Na época, não havia o profissional de coach como atualmente. Planejei que faria uma formação em psicologia e atenderia profissionais interessados em liderança e carreira. Queria me preparar para orientar gestores a se adaptarem às mudanças e gerarem resultados sustentáveis para a empresa e para si próprio. Já defendia que um executivo de alta performance é antes de tudo uma pessoa que deve ter seus sonhos conectados, com seu propósito de vida, com sua família, com sua carreira, enfim, com algo maior.
Aos 47 anos, encarei mais um divisor de águas na minha carreira. O modelo que eu estava atuando não cabia mais na minha vida e nem a minha vida cabia mais naquele modelo.
Tudo parecia “apertado e sufocante” para mim. Não queria mais atuar engessada dentro de uma empresa focada em um único cliente. Eu sentia a necessidade de multiplicar meus conhecimentos para que eles atingissem mais pessoas e empresas.
Em um curto período de três meses, pedi demissão de uma posição executiva e fui, pela primeira e única vez, demitida!
Chorei sim, mas também encarei os meus medos! E deliberadamente, assumi que teria trinta dias de férias, com direito a ficar no sofá pensando em minha caminhada enquanto assistia Sessão da Tarde.
Esse período funcionou como um momento de empoderamento que me ajudou a ficar pronta para ver e criar as novas possibilidades. E não demorou muito para surgir a possibilidade de uma formação em coaching. Eu agarrei!
No mesmo ano das demissões, em 2012, reunindo toda minha experiência como empreendedora, empresária, executiva e counseling profissional criei a Papilio Empresarial, onde passei a atuar como Orientadora de Negócios com o objetivo de assessorar executivos em análise de contexto estratégico, identificação de oportunidades de negócios, prevenção e administração de crises.
Hoje, depois de tantos anos cuidando dos meus negócios e dos meus clientes compreendi que a maturidade me permite arriscar um pouco mais.
Aos 50 anos, eu fiz um intercâmbio para fora do país, fui aprender uma nova língua e fazer curso de culinária. Foi uma experiência incrível!! E talvez possa, inclusive, pensar em possibilidades como saltar de paraquedas, fazer uma tatuagem ou começar mais um novo negócio porque sempre é tempo de transformar, alterar a rota, crescer e viver nossa plenitude!
Durante minha jornada, já renasci das cinzas algumas vezes e renascerei sempre que for necessário, sem dúvidas ou medos, porque a vida, os cursos e principalmente todas as vivências e experiências me deram a bagagem que hoje uso para atender os meus clientes.
Quem está de ponta cabeça? Depende do olhar do observador. A bailarina moleca da foto (coach) não sou eu, mas costumo ficar de cabeça para baixo sempre que necessário. Não sou e nunca fui a menina bagunceira, mas me permito ser irreverente na vida sempre que é preciso. Nunca me senti derrotada, nem tive olhar de fracasso ou derrota.
As palavras inspirar, orientar e conectar
sempre fizeram parte de mim e da minha missão de vida!