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No começo de Maio, Dráuzio Varella sentenciou, em sua coluna na Folha de São Paulo: “ Se menopausa fosse em homens, ciência já teria agido.” Prezado Drauzio, não poderíamos concordar mais com o senhor. Enquanto isso, a saída que encontramos, como sempre, é buscar e dar apoio, umas às outras. Então vamos lá!
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1º post em parceria com a Maturi, abordamos as fases do climatério, definições e os principais sintomas. Agora, vamos falar sobre como lidar com os sintomas. E aqui encontramos uma das principais fontes de desinformação, também abordada no texto de Varella: terapia de reposição hormonal (TRH).
TRH é um tratamento que pode ajudar a aliviar os sintomas do climatério, sintomas de curta duração e visíveis, como fogachos, ou outros silenciosos como perda de massa muscular e óssea. Pode ser administrada de diversas formas, sendo as mais comuns via comprimidos, gel de pele, adesivos e cremes vaginais.
O problema é que uma geração inteira de mulheres e, o mais grave, profissionais de saúde, foi impactada pela má divulgação e interpretação incorreta de um estudo sobre TRH e possíveis efeitos colaterais. Já ouviu falar que “reposição hormonal dá câncer de mama”? Pois é…
Um estudo de 2002 - a Women's Health Initiative (WHI) - indicou que o tratamento hormonal pode aumentar o risco de câncer de mama, trombose venosa profunda, derrame e doença cardíaca coronária. Mas, estudos posteriores mostraram que no grupo escolhido para a amostra já havia tendência a certas doenças prevalentes em muitas mulheres.
Além disso, os hormônios usados há mais de 20 anos eram diferentes dos de hoje. A ciência avança, e idealmente, os profissionais de medicina em seus consultórios também.
Ou seja, os riscos e efeitos colaterais podem variar dependendo da sua idade, histórico de saúde e histórico médico familiar. Mas se você tiver sintomas e outros tratamentos não funcionarem, a terapia hormonal pode ser uma opção para conversar com seu médico/a. Além disso, se sua menopausa ocorreu prematuramente (antes dos 40 anos), a TRH pode ter benefícios protetores que superam em muito os riscos.
Em resumo, esse tipo de tratamento pode ser uma opção para algumas pessoas e contraindicado para outras. O mais importante é que você possa discutir as opções, riscos e benefícios com um profissional de saúde atualizado.
Além de ginecologistas, profissionais da endocrinologia são importantes aliados na hora de avaliar opções de tratamento durante o climatério. Afinal, estamos falando de hormônios!
E um lembrete: não tenha medo de questionar. Pergunte o que é ou não sugerido no seu caso, entenda o por quê, e o que mais você pode fazer. Cada mulher é única, e o que funcionou para outras, talvez possa não funcionar para você. Entender o que acontece com você é fundamental para manter o controle, tomar decisões mais assertivas e atravessar essa fase com mais segurança.
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Por Bianca Doeler - Coordenadora No Pausa Brasil