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Pessoas 40+ e à procura de emprego costumam se perguntar: por que agora é tão mais difícil do que costumava ser. Especialmente, quando as estatísticas demonstram que nos Estados Unidos da América há o menor desemprego em décadas e as empresas reclamam por não conseguirem encontrar trabalhadores para o preenchimento dos cargos.
Não demora muito até que o mais experiente e entusiasta profissional comece a se perguntar se a discriminação etária é o culpada. Alguns profissionais de Recrutamento e Seleção preferem chamar esta dificuldade atual de “discriminação por experiência”, porque é uma explicação mais precisa do que está acontecendo. Aqui estão três razões:
Muitos candidatos ficam furiosos quando são informados que estão “superqualificados” para a vaga. Depois de anos trabalhando duro para adquirir conhecimentos e habilidades estas competências se voltaram contra eles. As empresas querem ganhar dinheiro.
Se elas podem fazer um trabalho com um funcionário recebendo um salário menor, elas irão. A máxima é: “como um empregador pode justificar o pagamento de um Porsche se eles acreditam que podem ir do ponto A ao ponto B com um Kia?”
O empregador não quer pagar por um profissional experiente se mais da metade da força de trabalho é formada por Millennials, é a lei da demanda e oferta. Muitos empregadores apontam que estes trabalhadores têm menos maus hábitos, procuram impressionar e agradar como forma de subir na carreira e são mais baratos.
Depois de meses à procura de trabalho e de ser informado que está “superqualificado”, é possível entender por os 40+ aceitam uma função menor com remuneração mais baixa. E, infelizmente, os empregadores não se importam com isso.
Por quê? Porque vivemos na cultura que ensina que “você trabalhou duro e ganhou para isso”. Retroceder nos ganhos e no status profissional não é fácil numa sociedade em que o trabalho está ligado a nossas identidades pessoais.
Por desespero de encontrar um emprego, as pessoas racionalizam o corte salarial. Mas, a longo prazo, é mais do que provável que se concentrem em encontrar um novo emprego que corresponda à percepção do próprio valor.
Os empregadores sabem disso e é por este motivo que não querem contratar uma pessoa “superqualificada” e se perguntam: por que treinar uma pessoa que sairá quando algo melhor aparecer? E também, quem quer gerenciar um funcionário que, no fundo, sente que está numa função abaixo de sua capacidade?
Nesta era da inteligência emocional, muitas pessoas pensam que estão mais em contato com os sentimentos de outras pessoas em relação a elas do que realmente estão. Infelizmente, tendemos a superestimar nossas habilidades nesta área.
Estudos mostram que 85% dos trabalhadores não captam como estão sendo, de fato, percebidos no local de trabalho.
O que significa que alguns podem pensar que são profissionais com 40 anos de experiência em tecnologia, mas é mais provável que sejam vistos como frustrados, excessivamente preocupados, ansiosos pela aposentadoria e perdendo vantagem competitiva.
Especialmente, para os Millennials que são chamados de “preguiçosos” por estes mais velhos. Há um efeito bumerangue quando assim se denomina uma geração mais jovem.
A solução? Pense “especialista”, não “generalista”
Muitos 40+ acham que se apresentarem como uma faz-tudo é a melhor maneira de serem contratados. Profissionais da área de Recrutamento e Seleção afirmam que não.
Claro que uma pessoa que está no mercado há muito tempo é uma generalista, pois acumulou uma grande variedade de habilidades, mas nesta fase é preciso transmitir como usará seus recursos avançados para resolver problemas específicos e aliviar a grande dor dos empregadores.
Em suma, qual sua especialidade? Há uma expectativa que este tempo de trabalho o treinou para se destacar numa área específica. E, portanto, vale a pena pagar mais por isto. Esqueça sua vasta gama de habilidades e concentre-se naquelas que farão a empresa economizar ou ganhar dinheiro suficiente para pagar seu salário.
P.S. Nas entrevistas de emprego, os candidatos 40+ são os que mais transmitem a mensagem errada
Os responsáveis por Recrutamento e Seleção afirmam que a decisão de não contratar o profissional experiente é tomada durante e após a entrevista para o emprego.
O entrevistador fica com a impressão errada com base na atitude e nas respostas do candidato. Sem perceber, muitos profissionais 40+ fazem-se parecer opinativos, inflexíveis e um sabe-tudo. Infelizmente, não são informados disto e, sim, que “são superqualificados e ficariam entediados naquela função”.
A solução é aprender técnicas para dar respostas apropriadas à idade. Dos mais jovens, se espera que a falta de conhecimento seja compensada por mais confiança e entusiasmo. Mas à medida que os profissionais amadurecem, as expectativas mudam.
Os empregadores estão procurando mais humildade, um relacionamento mais fácil e consciência em profissionais experientes. Apesar de todo o conhecimento dos mais velhos, eles querem ter a certeza que estes profissionais, sinceramente, acreditam que têm muito a aprender – com colegas de todas as idades.