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Em bons eventos de empreendedorismo é comum que haja muita gente, muita conversa, troca de informações e de contatos. A intensidade e forma com que isto se dá depende, no entanto, de características ou condição do público circulante pelas salas das oficinas e plateias das palestras e de como e por quem o acontecimento foi executado.
Nos dias 26, 27 e 28 de abril vi-me privilegiado pela oportunidade de circular por corredores e elevadores, pelas filas de café e mesas de almoço no Primeiro Festival de Empreendedorismo 50+ do Brasil, o MaturiFest 2019, quando pude, num clima de cordialidade, confiança e abertura, compartilhar sonhos, angústias, medos e esperanças com quem conhecera há pouco. A alta velocidade das interações reproduziam a exponencialidade desejada pelas empresas na Revolução 4.0.
Nos inúmeros diálogos que tive, das oficinas que participei e das palestras que ouvi não houve vetos à opiniões ou mesmo condenação por olhares enviesados.
Falamos e ouvimos de tudo: da possibilidade concreta de parcerias nos negócios, à situação política e econômica do País, passando pelo reconhecimento das diferenças entre as pessoas e ao respeito pelos vários movimentos da longevidade que participamos na cidade de São Paulo.
Vivências pessoais e trajetórias de carreiras profissionais foram levadas ao palco e aplaudidas com emoção e admiração percebidas nos olhos brilhantes e nos comentários de aprovação entre participantes que há pouco sentaram-se lado a lado pela primeira vez.
As relações estabelecidas ainda naquele dia pareciam longevas e marcadas pela camaradagem e a cumplicidade dos que acreditam num futuro em que os protagonistas éramos cada um de nós.
Mesmo que a maioria das pessoas estivessem na faixa dos 50 aos 70 anos e o branco nos cabelos tenha sido a cor prevalente, era visível a variedade de mindsets, dos perfis profissionais, no gosto de vestir, nas opiniões sobre a multiplicidade de assuntos abordados nas filas dos food trucks. A diversidade podia ser evidenciada a cada instante e em todos os ambientes.
Um dos consensos do MaturiFest 2019 foi a complexidade da sociedade contemporânea e da essencialidade da diversidade para as soluções que buscamos para a melhoria deste mundo.
Em outras palavras, uma sociedade caracterizada por situações interconectadas com variáveis que se alteram inesperadamente, somente pode ser compreendida e talvez equacionada quando observada através de vários olhares, de um conjunto de pessoas diversas onde características como variedade de idades, gêneros, cores e condição física ou sensorial passam a ser fundamentais para o sucesso do empreendimento.
A humanização de fracassos e barreiras desmitificou o empreendedorismo de sucesso absoluto – aquele em que tudo dá certo.
No lugar ficou a crença que quando se acredita na abundância ao invés da escassez, na coragem ao invés do receio, no autoconhecimento ao invés da ignorância de si mesmo, o empreender se torne prazeroso, próspero e a prova que produtos ou serviços, de fato, estarão suprindo as necessidades de alguém ou de populações consumidoras.
Em grande parte do tempo falamos sobre o trabalho no futuro. A pretensão desta abordagem não foi a de predizer o que ocorrerá ali na frente e, sim, a partir de tendências eleitas, desenhar apostas que apontem existências mais ou menos prováveis dos vários caminhos, juntamente com as possibilidades do que encontrar nestes ecossistemas incluindo condições climáticas e do terreno, se a caminhada se fará sob a luz do Sol ou da Lua e quais as melhores companhias para se ter do lado.
Parte das muitas perguntas ficaram sem respostas, mas a palavra frustração não foi pronunciada. Talvez porque ao final, a maior expectativa, não tenha sido a de encontrar solução para tudo, mas a de encontrar pessoas que nos ajudem a sentirmo-nos capazes de nos apoiar na decifração de novos problemas e na capacidade de sonhar novos sonhos.
Ao final, nas despedidas, uma frase foi tornando-se audível pouco a pouco entre abraços e sussurros: se não nos encontrarmos por aí, que seja no MaturiFest 2020.