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Você deve lembrar, há duas décadas, pouco se ouvia falar nos trabalhadores mais velhos. As pessoas costumavam começar a trabalhar muito cedo, aposentavam-se aos 50, 60 anos, no máximo e, de certa forma, a partir daí, se recolhiam.
A aposentadoria em geral era vivida de forma apartada, usufruindo dos momentos de lazer, convivendo com a família ou encolhendo para fazer face às despesas da velhice.
Hoje, o cenário mudou e as previsões são de que a inclusão desse público no mercado de trabalho, mesmo depois da aposentadoria, mais do que bem-vinda, será cada vez mais necessária. A velhice é longa. E nós, os babyboomers, maiores de 50, aprendemos há muito tempo a buscar no trabalho, além da recompensa financeira, a satisfação pessoal.
Lá fora, os números impressionam: uma em cada cinco pessoas de 65 anos continua a trabalhar e mais da metade dos americanos entre 50 e 64 anos ainda não se aposentaram e continuam trabalhando, segundo a Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research.
Em 14 dezembro de 2017, aconteceu na FEA-USP uma palestra com a Vanessa Cepellos, professora da FGV-SP, oferecida pelo Instituto da Longevidade. O foco era justamente a longevidade no mercado de trabalho. Estivemos lá e pinçamos da conversa três tendências para inspirar você:
Oportunidades em consultoria
Os cargos de mentoria, liderança e aconselhamento, em geral acabam sendo destinados para quem têm mais experiência na empresa e para aqueles que não apenas vestiram a camisa, mas tatuaram o logo em sua pele. A novidade é que eventualmente serviços independentes de consultoria, sobretudo na área de finanças, podem ser uma excelente maneira de permanecer no mercado de trabalho depois da aposentadoria. Empresas que contratam seus funcionários mais experientes como consultores trabalhando menos horas são tendência para ficar de olho!
Fique atento aos grupos de idades diversas
Já foi comprovado que grupos em que trabalham (e pensam) juntos pessoas de diferentes idades são aqueles que transmitem mais confiança e têm a menor chance de erros. A afinidade com a tecnologia dos jovens somada ao knowhow dos mais velhos ajuda a formar equipes mais criativas e mais produtivas.
As empresas estão começando a explorar essas possibilidades de montar equipes de idades diferentes e complementares para desenvolver projetos. Fique de olho nestas possibilidades também e não tenha receio de aderir!
Dê uma guinada na vida
Não é porque você fez 60 anos que deve abrir mão de uma especialização ou deixar de investir na sua carreira. Agora é mais do que a hora de tentar algo novo e de se especializar.
Dê preferência para aquilo que você mais gosta! O conselho dos especialistas passa também pela possibilidade de você preparar uma mudança de rumo profissional, dar uma guinada na vida, ganhar dinheiro fazendo alguma coisa que você sempre quis e nunca pode.
Voltar para a escola é uma possibilidade que vem atraindo cada vez mais gente nos Estados Unidos e na Europa. Vamos pensar nisso aqui no Brasil também? Se quiser mudar de rumo, a única regra é: nada de ficar parado, deixando-se levar pela vida! Atualize-se, estuda e empreenda!